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05 de abril, 2021
Dormir é uma questão de saúde. Não existe “ser saudável” sem “dormir bem”. Mas nem todo mundo consegue ter um sono de qualidade todas as noites. Ou sequer dormir. Uma pesquisa do Ministério da Saúde de 2020 apontou que quase 42% dos brasileiros têm um ou mais tipos de distúrbios do sono.
Distúrbio do sono é um termo guarda-chuva que faz referência a um conjunto de condições e doenças que afetam diferentes aspectos do sono de uma pessoa, tais como qualidade, duração, horário, início e continuidade.
Ao todo, há mais de 100 tipos de distúrbios do sono identificados no mundo. Alguns deles são sintomas de outras enfermidades enquanto outros são produto de alguma doença. Há ainda aqueles distúrbios sem correlação com outras questões de saúde.
Os distúrbios do sono são causados por diferentes fatores, alguns internos (como a genética) e outros externos, como o estresse. E mesmo as causas sendo diferentes, todas produzem o mesmo resultado: diminuição da qualidade de vida.
Alguns dos fatores que geram os diferentes distúrbios do sono estão:
Entre outros.
A classificação que agrupa todos eles usa uma metodologia de categorização baseada em diferentes critérios. Entre eles:
Ao todo, há seis tipos de distúrbios do sono.
Ao contrário do que muitos pensam, a insônia não é “uma coisa só”, mas uma “caixinha” de diferentes “tipos de insônias”. Juntas, elas atingem cerca de 73 milhões de brasileiros (dados da ABS – Associação Brasileira do Sono).
Na Classificação Internacional de Distúrbios do Sono, as insônias são caracterizadas como “uma dificuldade repetida de início, duração, consolidação ou qualidade do sono que ocorre apesar de oportunidades e circunstâncias adequadas para dormir, o que resulta em alguma forma de dificuldade diurna”.
Em resumo, a insônia pode se manifestar de modos diferentes para cada pessoa. A maioria dos diagnósticos, porém, encaixam-se em dois tipos:
A insônia ainda pode ser crônica (aparece pelo menos três vezes por semana durante um período de três meses) ou de curto prazo (menos de três meses).
Hipersonia não é um distúrbio do sono em si, mas o sintoma de outras condições. O termo usado para descrever diferentes distúrbios nos quais uma pessoa dorme mais do que o considerado usual e/ou se sente excessivamente sonolenta durante o dia, causando prejuízos para a sua rotina.
As hipersonias podem ser primárias ou secundárias:
Como o nome indica, os distúrbios respiratórios do sono são aqueles em que há uma respiração fora do normal durante a noite. É o caso, por exemplo, da apneia do sono, que atinge quase 33% dos habitantes da cidade de São Paulo.
Na sua Classificação Internacional de Distúrbios do Sono, a Academia Americana de Medicina do Sono identifica diferentes subtipos destes distúrbios respiratórios. Eles são classificados de acordo com os seus sintomas, causas e formas de tratamento.
A característica dos distúrbios do sono relacionados ritmo circadiano é a disrupção do ciclo circadiano natural, podendo causar sonolência diurna excessiva, insônia ou ambos. Em outras palavras, são causados pelo desalinhamento entre o horário de sono e o horário em que você realmente deveria estar dormindo.
Alguns dos distúrbios do ritmo circadiano são:
As parassonias são eventos ou experiências pouco comuns durante o sono, representando um estado limiar entre o despertar e o adormecimento. Elas costumavam ser totalmente associadas a patologias da mente, mas pesquisadores modernos já estudam a sua relação com o cérebro entrando e saindo do estado de sono.
Há quatro tipos de subclassificação de parassonias:
A principal característica deste tipo de distúrbio do sono são os movimentos noturnos fora do normal que dificultam um descanso de qualidade. A consequência dessa noite mal dormida é um dia menos produtivo.
Alguns dos distúrbios do movimento relacionados ao sono são:
As câimbras noturnas também são distúrbios que estão nessa classificação.
Cada um dos distúrbios do sono têm processos diagnósticos diferentes. Alguns dependem de exames como a polissonografia, outros são comportamentais.
Há outro fator a ser considerado. Enquanto alguns distúrbios deixam sinais claros (como a dor na boca gerada pelo bruxismo ou a urinação noturna) e outros alarmam os companheiros de quarto e casa (como o ronco ou o sonambulismo), há ainda aqueles que podem ser bastante silenciosos e, por isso mesmo, perigosos.
É o caso da apneia, por exemplo. Muitas vezes ela é confundida com um ronco excessivo e pode demorar a ser diagnosticada, diminuindo a qualidade de vida do seu portador por um tempo considerável.
Já a narcolepsia deixa de ser diagnosticada em 75% dos casos, estima a Narcolepsy Network, organização americana fundada em 1986.
Então, como saber se eu tenho um ou mais desses tipos de distúrbios do sono? Se você sente que não dorme bem com frequência, tem muita sonolência durante o dia ou sente que a sua qualidade de vida está diminuindo e o sono tem papel nisso, converse com o seu médico de confiança.
Aliás, discuta o seu sono com seu médico sempre. Sono é saúde. Sono é vida.
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