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20 de dezembro, 2021

Síndrome das Pernas Inquietas (SPI ou RLS)

Síndrome das Pernas Inquietas (SPI ou RLS)

Aqui no Blog do Persono sempre falamos sobre a importância dos bons hábitos de sono, higiene do sono e como eles são importantes para uma pessoa dormir bem. Esses são daqueles conselhos que servem para qualquer pessoa, sem distinções. Alguns distúrbios do sono, porém, podem fazer com que isso não seja suficiente. É o que acontece com muitas pessoas que sofrem da chamada Síndrome das Pernas Inquietas, ou SPI

O que é Síndrome das Pernas Inquietas

A síndrome das pernas inquietas é um distúrbio do sono do movimento caracterizado por sensações desagradáveis na perna durante a transição da vigília para o sono. Essas sensações geram uma necessidade praticamente irresistível de mover os membros inferiores e podem ser descritas pelos pacientes de diferentes maneiras. Algumas delas são:

  • “Torção ou contração”;
  • “Desconforto ou dor”;
  • “Inquietação ou agitação”;
  • “Necessidade de alongar”;
  • “Vontade incontrolável de mexer as pernas”
  • “Parece que as pernas querem se mexer sozinhas”
  • “Como se algo estivesse rastejando nas pernas”; 
  • “Coceira ou cócegas”

Em casos raros, essa necessidade de movimentação pode subir também para os braços e para o tronco.

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O distúrbio também é chamado de Willis Ekbom, graças a dois cientistas importantes na história da doença. A primeira vez que a SPI apareceu na literatura médica, mesmo sem um diagnóstico específico, foi em 1672, no trabalho do médico britânico Thomas Willis, que descrevia pessoas com experiências de disrupção do sono e movimento dos membros. 

Quase três séculos depois, em 1945, o neurologista sueco Karl-Axel Ekbom fez a primeira caracterização completa clínica do distúrbio e cunhou o termo “síndrome das pernas inquietas”.

Quem pode ter Síndrome das Pernas Inquietas

Virtualmente, qualquer pessoa pode sofrer de síndrome das pernas inquietas. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos estima que entre 7 e 10% da população tenha a Restless Legs Syndrome

No Brasil, não existe estimativa oficial e os números americanos não podem ser tomados como referência fiel, já que existe uma diferença importante de etnicidade com prevalência de SPI. Entre hispânicos, africanos e asiáticos, por exemplo, ela é consideravelmente mais baixa, o que indica um componente genético importante para a doença.

Idade

Apesar de ela poder aparecer em qualquer fase da vida, é mais comum entre adultos, inclusive pela dificuldade de diagnóstico para crianças. A síndrome das pernas inquietas é um distúrbio que depende da anamnese e descrição clínica para ser diagnosticado e pode ser difícil extrair dos menores informações precisas como frequência e até mesmo o que elas estão sentindo.

Gênero

Na distinção entre gêneros, porém, existe uma grande diferença entre homens e mulheres, sobretudo devido ao aumento de incidência durante a gestação.

As estimativas apontam que uma em cada cinco mulheres grávidas desenvolvem a síndrome das pernas inquietas, especialmente no último trimestre da gravidez. Os sintomas, porém, costumam desaparecer poucas semanas após o parto. 

O que causa a Síndrome das Pernas Inquietas

Como acontece com outros distúrbios do sono, a síndrome das pernas inquietas pode ser primária ou secundária, que é quando ela tem origem em outro distúrbio ou problema de saúde, por exemplo.

A apneia do sono por ser um gatilho da aparição de sintomas, por exemplo.

Já a síndrome das pernas inquietas primária, que representa até 80% dos diagnósticos, na maioria dos casos, tem causa desconhecida pela medicina e pela ciência. O que é certo é uma série de fatores de risco para o distúrbio. Entre eles a genética; entre 40% e 90% dos pacientes com o distúrbio têm um parente de primeiro grau com o mesmo problema.

A deficiência de ferro também é um dos fatores preditivos da síndrome e aparece em um a cada quatro casos, uma proporção de 25%. Mesmo em pessoas que não apresentem quadros de anemia, a falta de ferro pode causar ou piorar a SPI. 

Existem ainda evidências que indicam que esse distúrbio tem relações com os gânglios basais, uma das partes do cérebro que controla os movimentos e que usa dopamina, necessária para a produção de atividade muscular e movimentação controlada. Problemas nessa região podem causar os movimentos involuntários. Por este motivo, pacientes com doença de Parkinson, que também é um distúrbio envolvendo os gânglios basais, têm mais chances de desenvolverem a síndrome das pernas inquietas.

Outros fatores de risco

Além da gravidez e do Parkinson, já mencionados, a incidência de SPI também é mais alta em pacientes com doença renal crônica (estágio 5) e ocorre em cerca de 20% das pessoas em tratamento de diálise.

Entre as outras condições associadas estão a artrite reumatóide, diabetes, hipotiroidismo e a fibromialgia.

O consumo de álcool, cafeína, nicotina, antidepressivos e algumas medicações para o tratamento de náuseas, gripes, e alergias também são gatilhos da síndrome das pernas inquietas.  

Como é feito o diagnóstico da Síndrome das Pernas Inquietas

Não existe nenhum exame laboratorial ou de imagem que, sozinho, seja capaz de diagnosticar a síndrome das pernas inquietas. O diagnóstico é observacional e clínico baseado na presença de três critérios:

  • Reclamação de uma sensação desagradável nas pernas de noite ou dificuldade de cair no sono;
  • Presença de sensações desconfortáveis na parte interna da panturrilha associados a dores nas pernas;
  • O desconforto é aliviado com a movimentação dos membros inferiores. 

O critério diagnóstico acima é da Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD – International classification of sleep disorders). 

Exames de sangue para investigar o nível de ferro e uma polissonografia para observar as movimentações durante a transição para o sono podem ser solicitados, mas nenhum deles é prova diagnóstica definitiva, que depende dos critérios mencionados acima.

Tratamento da Síndrome das Pernas Inquietas

O tratamento da síndrome das pernas inquietas é para estabilizar os sintomas e as crises, já que esse distúrbio não tem cura.

Em casos nos quais a causa primária é identificável, o tratamento deve ser focado nela. Por exemplo, para as pessoas com deficiência de ferro comprovada, a reposição de ferro pode, sozinha, resolver os sintomas. Isso pode ser feito via intravenosa ou oral. Ambos são eficazes ao se tratar a SPI. 

A manutenção da higiene do sono e boas práticas na hora de dormir também aliviam a síndrome, assim como a prática de exercícios físicos, aeróbicos e de resistência dos membros inferiores, que podem reduzir em até 39% os sintomas.

As terapias de pressão pneumática nas pernas, similar àquela usada em pessoas acamadas e pós-cirúrgicas, também foram testadas e trouxeram melhoras na qualidade de vida noturna dos pacientes, tornando-se uma opção efetiva de tratamento alternativo. 

O mesmo vale para técnicas de relaxamento das pernas, como aplicação de calor (um banho ou uma bolsa de água quente) e massagens. 

Se você tem percebido este incômodo nas pernas quando se deita para dormir e isso tem atrapalhado o seu sono, procure um médico.

Boa noite!

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