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13 de agosto, 2021
Pegamos as perguntas mais comuns sobre os pesadelos no Google e vamos responder por aqui, com o mesmo embasamento médico e científico de todos os nossos conteúdos.
Vamos lá?
A Classificação Internacional de Distúrbios do Sono, produzida pela Academia Americana de Medicina do Sono, define pesadelos como “sonhos assustadores que usualmente acordam uma pessoa durante o Sono REM”.
Quase sempre um pesadelo é um sonho longo e complicado, cuja intensidade vai crescendo ao longo da narrativa e sobretudo perto do seu fim. Os critérios de “susto” e/ou “ansiedade” são essenciais para a sua caracterização.
Em outras palavras, pesadelo é um sonho vívido de narrativa ameaçadora, inquietante ou bizarra, que prejudica a qualidade do sono. Em alguns casos, além de acordar no meio da noite, a pessoa também pode ter sintomas físicos da experiência, como suor, aceleração dos batimentos cardíacos e respiração curta e acelerada.
Apesar de parecerem sinônimos, pesadelos e sonhos ruins não são exatamente a mesma coisa, mesmo que compartilhem algumas importantes similaridades.
A diferença essencial entre eles é a reação: enquanto um pesadelo é tão intenso que acorda uma pessoa, o sonho ruim não faz isso. Em outras palavras: se te acordar, é um pesadelo. Se não, é um sonho ruim.
Um estudo desenvolvido no Canadá também trouxe mais alguns dados que distinguem os dois episódios:
Totalmente normal. Apesar de serem mais associados à infância, adultos também sofrem com pesadelos e distúrbios dos pesadelos (mais sobre isso abaixo).
Não existe consenso na medicina do sono sobre a incidência nas diferentes faixas etárias, mas estima-se que metade das crianças de até cinco anos tenham pesadelos que causem preocupação aos pais.
No caso dos adultos, um estudo notou que 47% dos universitários tiveram pelo menos um pesadelo nos últimos 14 dias, demonstrando uma possível relação entre os sonhos assustadores e o estresse. De 2 a 8% das pessoas sofrem de pesadelos com recorrência maior, o que poderia ser diagnosticado como um distúrbio.
O distúrbio do pesadelo é um distúrbio do sono do tipo parassonia do Sono REM e é caracterizado por pesadelos frequentes que interferem não apenas no sono como também no humor e na produtividade do dia a dia.
Já o pesadelo comum é ocasional e não tem recorrência.
Assim como os sonhos, os pesadelos são formados durante o sono REM, no qual há uma intensificação da atividade cerebral, o que aumenta a vividez dos sonhos e favorece suas características surreais e bizarras, contradizendo leis da física de tempo e espaço.
Ainda existe um grande debate sobre por que sonhamos e, consequentemente, por que temos pesadelos. Uma das teorias mais aceitas diz que o pesadelo é uma forma de lidar com traumas e medos.
O que sim, se sabe, são alguns dos gatilhos que podem desencadear esse sono tão ruim a ponto acordar uma pessoa, entre eles: ansiedade, estresse, abuso de álcool e drogas, histórico familiar, traumas e distúrbios mentais, entre outros. O consumo de entretenimento de conteúdo assustador, como filmes ou livros de terror, antes de ir para a cama, também podem causar essa noite atormentada.
A recorrência desses episódios é sinal de distúrbio do pesadelo, um distúrbio do sono do tipo parassonia e cuja principal característica é essa repetição.
De acordo com a Classificação Internacional de Distúrbios do Sono, este distúrbio pode ser classificado como leve (menos de uma vez por semana, sem evidências de prejuízos às funções psicossociais), moderado (mais de uma vez por semana, com pequenos prejuízos às funções psicossociais) ou severo (todas as noites, com grandes prejuízos às funções psicossociais).
Outra característica do distúrbio é a lembrança imediata do conteúdo sonhado, uma vez que o despertar aconteceu durante o episódio no sono REM. Também são sinais o alerta instantâneo após o episódio, sem a confusão que se sente quando se acorda, a dificuldade de dormir imediatamente depois.
Definitivamente não. Distúrbio do pesadelo e terror noturno são distúrbios do sono diferentes.
Ambos são parassonias que envolvem susto e agitação, mas essa é praticamente a única similaridade entre eles. Conheça abaixo as características diferenciadoras:
Não há um tratamento específico para pesadelos esporádicos, mas no caso do distúrbio há diferentes opções, inclusive não farmacológicas.
A terapia é um dos tratamentos disponíveis, uma vez que muitas vezes o pesadelo é desencadeado por diferentes tipos de estresse e/ou ansiedade. O processo também inclui uma rotina de higiene do sono, que cria regularidade para a hora de dormir e, consequentemente, tem grandes impactos positivos na qualidade da noite.
Em alguns casos, porém, o tratamento busca auxílio em medicamentos. É o caso das pessoas com episódios de noites ruins e sofrem de distúrbios de personalidade como Transtorno de Personalidade Esquizotípica, Borderline (Transtorno de Personalidade Limítrofe) ou Transtorno de Personalidade Esquizoide, que representam até 40% daqueles que com pesadelos recorrentes.
Apenas um profissional de saúde pode determinar o tratamento ideal para cada caso. Caso você note que está tendo episódios repetidos e frequentes de pesadelos, aborde o assunto com o seu terapeuta ou médico de confiança para que seja feito o potencial diagnóstico e o caminho a ser tomado a partir daí.
Esperamos que depois desse post você tenha apenas bons sonhos. Boa noite.
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