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16 de fevereiro, 2022

Entendendo o Teste das Múltiplas Latências do Sono (TMLS ou MSLT)

Entendendo o Teste das Múltiplas Latências do Sono (TMLS ou MSLT)

Falar em exames de sono faz muita gente pensar direto na polissonografia que é, de fato, o mais conhecido deles. Mas a medicina do sono é muito mais complexa do que isso e desenvolveu uma série de testes e exames, laboratoriais ou caseiros, que ajudam a medir a saúde do sono das pessoas. É o caso, por exemplo, da actigrafia e do Teste das Múltiplas Latências do Sono.

Também chamado de o Teste das Latências Múltiplas do Sono (Multiple Sleep Latency Test – MSLT), ele é fundamental no diagnóstico de distúrbios como a narcolepsia e a hipersonia primária.

Para que serve o Teste das Múltiplas Latências do Sono

O Teste das Múltiplas Latências do Sono é usado por médicos para avaliar a presença e a severidade da sonolência diurna de um paciente. 

O nome do exame já é uma indicação daquilo que ele mede: a latência do sono, ou seja, quanto tempo a pessoa leva para dormir durante o dia se colocada em um ambiente escuro e silencioso, considerado o adequado para o sono. Durante o exame, isso é feito repetidas vezes. 

O TMLS também avalia as fases do sono alcançadas pelo paciente durante os episódios de sono diurno que ele alcançar, especialmente se ocorre a presença do sono REM, que é necessária para o diagnóstico da narcolepsia. 

Nos padrões internacionais, um Teste das Múltiplas Latências do Sono é considerado positivo quando o paciente cai no sono com uma latência inferior a oito minutos e teve no máximo uma soneca (para hipersonia idiopática) ou duas sonecas com presença de sono REM (para narcolepsia).

Como é feito o Teste das Múltiplas Latências do Sono

Esse teste é feito durante o dia, afinal o seu objetivo é medir a gravidade da sonolência diurna. Em muitos casos, opta-se por fazê-lo no dia seguinte à uma polissonografia, aproveitando que o paciente já está em ambiente médico ou hospitalar. 

A recomendação da Associação Americana do Sono é que ele seja iniciado entre 1,5 e 3 horas após o despertar e uma hora após um café da manhã leve. 

Durante o exame, você será conectado a monitores e eletrodos que capturam as atividades do seu corpo e cérebro e determinam exatamente quando você dormiu e em que fase do sono se encontra.

A execução do Teste das Múltiplas Latências do Sono é bastante simples: você é colocado em um quarto escuro, silencioso e fresco e é orientado a tentar dormir. Se cair no sono, os profissionais de saúde deixarão o cochilo acontecer por 15 minutos para testar quais fases do ciclo do sono são alcançadas.

Caso você não consiga dormir, em até 30 minutos você será liberado dessa tentativa. 

Duas horas depois o processo é reiniciado e você volta a apagar as luzes para tentar dormir. O ciclo se repete quatro ou cinco vezes durante o dia. Ao todo, o exame dura aproximadamente 10 horas. 

Como é o preparo do Teste das Múltiplas Latências do Sono

A privação do sono nos dias anteriores ao exame pode influenciar os resultados do Teste das Múltiplas Latências do Sono, o que pode resultar em laudos imprecisos.

Por esse motivo, laboratórios podem pedir que o paciente preencha um diário do sono nas semanas que antecedem o teste. Esse diário conterá dados e uma autoavaliação do sono (horários e qualidade), além de informações como alimentação, medicamentos e estado de saúde.

Em alguns casos, exames de urina também serão feitos.

Abaixo, você conhece alguns dos protocolos da execução do TMLS / MSLT da Academia Americana de Medicina do Sono.

1. Para pacientes com distúrbios do sono da respiração (apneia do sono) tratados com terapia PAP (CPAP), o profissional de saúde deve garantir a eficiência e aderência do mesmo baseado na revisão de dados. Se o paciente não usa a terapia PAP, a eficácia do tratamento utilizado deve ser confirmada antes do Teste das Múltiplas Latências do Sono. Se algum desses tratamentos apresenta resultados abaixo do padrão, o médico deverá determinar o impacto antecipado no teste.

2. O paciente deve ser advertido do limite de consumo de cafeína antes do exame. O objetivo deve ser a abstenção total de consumo. Recomenda-se ainda a abstenção de álcool, maconha, sedativos ou energéticos. O uso de nicotina é desencorajado e, caso consumida durante o teste, deve ser com mais de 20 minutos de antecedência das tentativas de sono.

3. Uso de roupas confortáveis e que não atrapalhem o teste (por exemplo, peças justas que dificultam a aplicação dos eletrodos).

4. As tentativas de dormir devem ser feitas na posição deitada, não sentada ou reclinada.

5. Atividades estimulantes, como uso de eletrônicos, devem ser encerradas pelo menos 30 minutos antes do início de cada tentativa de sono.

6. Atividades físicas intensas e exposição prolongada à luz (natural ou artificial) devem ser evitadas durante o dia do exame. 

7. Durante as duas horas entre cada tentativa de cochilar, o paciente deve estar fora da cama e ser instruído para não dormir.

Outras recomendações são: ir para o laboratório com a cabeça limpa, seca e sem gel; sem esmalte escuro; não ter feito peeling nos últimos 20 dias; não ter feito uso de esfoliantes nos últimos sete dias e remoção de próteses capilares não permanentes. O paciente pode levar o seu próprio travesseiro se quiser.

Consulte o hospital ou laboratório sobre orientações próprias e específicas. Ah, e paciência. É demorado mesmo.

Boa noite!

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