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12 de maio, 2022
Ao ouvir de um/a médico/a que ele vai solicitar alguns exames de sono, já nos imaginamos que vamos passar uma noite no hospital, gravados e monitorados para uma polissonografia. Só que nem sempre é assim. Pode não ser uma polissonografia e nem no hospital.
É verdade que quando o profissional fala em “estudo do sono” provavelmente está falando dela, já que é um dos testes mais conhecidos e completos para estudar o descanso noturno (ou a falta dele) de uma pessoa, mas o cardápio de opções de exames de sono é muito maior do que isso.
Nesse post, você irá conhecer quais são eles. E, surpresa, nem todos são feitos de noite.
Em todos os exames de sono listados nesse post, você vai encontrar uma pequena explicação do que é o exame, para que ele é usado (Para detectar um distúrbio do sono? Para entender a qualidade do sono?), como ele funciona e outras informações pertinentes.
Dissemos que a polissonografia não é o único na lista de exames de sono, não que ela não estaria aqui.
A polissonografia é um exame de sono amplo e funciona quase como um guarda-chuva, como se fossem vários exames feitos de uma única vez em um processo sistemático de captação de informações, variáveis biológicas e parâmetros de sono de uma pessoa.
Ela é considerada o exame de padrão ouro para o diagnóstico da apneia do sono e outros distúrbios respiratórios do sono, além de ser utilizada na investigação de uma série de outros distúrbios, da síndrome das pernas inquietas à epilepsia noturna.
Uma polissonografia pode compreender de uma só vez: eletroencefalograma (EEG), eletrooculograma (EOG), eletromiograma (EMG), eletrocardiograma (ECG), fluxo aéreo ( e oral, esforço respiratório (torácico e abdominal), movimentos corporais (ex:EMG tibial), gases sanguíneos (saturação de oxigênio, concentração de dióxido de carbono), entre outros.
Em muitos casos, a polissonografia é solicitada quando o paciente reclama ou apresenta sintomas frequentes de baixa qualidade do sono, percebida ou quando o médico quer ter uma compreensão mais ampla sobre a sua saúde.
De acordo com o Hospital Albert Einstein, ela é indicada para:
Se o seu médico solicitar uma polissonografia, não tenha receio de perguntar sobre a hipótese diagnóstica, até porque essa informação pode ajudar a equipe médica no dia do exame.
Tradicionalmente, a polissonografia é feita em hospitais, laboratórios de diagnóstico ou clínicas especializadas, mas para muitos casos hoje já existe a possibilidade de fazer o exame em casa, com devolução dos equipamentos no dia seguinte.
O exame consiste em sensores e eletrodos que monitoram uma série de atividades do seu corpo, do cérebro a movimentos musculares. Isso permite a análise de parâmetros como a latência do sono e o tempo de permanência em cada fase do sono. Com isso, é possível identificar anomalias nos movimentos e na quantidade, qualidade e período de sono.
Um pouco de desconforto, afinal você passará a noite conectado a uma série de equipamentos médicos que dificultam a movimentação e podem impedir o paciente de dormir em sua posição habitual.
Só que não precisa se preocupar: a polissonografia é totalmente segura, indolor e não invasiva.
+ Leia Mais: Tudo o que você precisa saber sobre a Polissonografia
Quando um paciente já sabe que tem apneia ou o diagnóstico está quase fechado, pode ser necessário fazer um tipo de polissonografia especial para iniciar o tratamento com CPAP, determinando a quantidade de pressão de ar a ser aplicada no respirador doméstico do paciente.
Isso aumenta a assertividade do tratamento e garante que, durante os testes, o paciente esteja em ambiente controlado.
Além disso, é a polissonografia que vai ajudar a determinar qual é o tipo de apneia que a pessoa tem: obstrutiva, mista ou central, além da intensidade (leve, moderada ou grave). A combinação entre o tipo e a intensidade da apneia é o que irá determinar o tratamento mais adequado, que nem sequer será necessariamente o CPAP.
Na Polissonografia com CPAP, o paciente dorme com um aparelho CPAP ou BiPAP e com uma máscara determinada pelo técnico que está acompanhando o exame.
Sabe esses sleep trackers em formato de relógio, geralmente smartwatches ou smartbands usados para monitorar atividades físicas? A actigrafia é como se fosse um deles, mas com validade médica, afinal estamos falando de um exame de sono.
A actigrafia é usada para analisar os ciclos de sono e despertar de uma pessoa. No geral, o actígrafo fica com o paciente por um período de uma a quatro semanas, permitindo uma análise a longo prazo e contínua, diferentemente da polissonografia que é feita em apenas uma noite.
Alguns dos dados que a actigrafia consegue monitorar são o horário de acordar e dormir, as atividades durante o período de sono e, a exposição à luz, a temperatura, os níveis de ruído, os tremores, etc…Os elementos analisados dependem do modelo de actígrafo.
O objetivo da actigrafia é suportar o diagnóstico de distúrbios do sono, especialmente os distúrbios do ritmo circadiano, como a Síndrome da Má-Adaptação ao Trabalho em Turnos e a Síndrome da Mudança de Fuso Horário (Jet Lag).
Para uma actigrafia bem sucedida, basta o paciente usar o actígrafo como orientado pelo médico ou laboratório especializado que fornecer o equipamento.
Dependendo da tecnologia utilizada, o médico que solicitou o exame poderá ter acesso em tempo real aos resultados ou não.
Não há muito com o que se preocupar, afinal a actigrafia é um exame que o paciente pode até esquecer que está fazendo. É só usar o aparelho da maneira correta.
+ Leia Mais: Qual é a diferença entre a actigrafia e os sleep trackers
Quem disse que os exames de sono são todos feitos de noite? Não é o caso aqui do Teste das Múltiplas Latências do Sono.
O nome já diz o que ele analisa: quanto tempo a pessoa leva para dormir durante o dia (latência do sono). Isso é repetido algumas vezes ao longo do dia para que os médicos possam entender o quanto a sonolência pode estar afetando a vida do paciente.
O Teste das Múltiplas Latências do Sono é fundamental no diagnóstico de distúrbios como a narcolepsia e a hipersonia primária. Ele também é usado por médicos para confirmar a presença e avaliar a severidade da sonolência diurna de um paciente.
Geralmente, o TMLS começa 3 horas depois do despertar definitivo do paciente pela manhã, ou seja, depois que ele acorda “de vez”.
Depois de conectado a monitores e eletrodos, ele é colocado em um quarto confortável com orientação para tentar dormir. Se cair no sono, os profissionais de saúde deixarão o cochilo acontecer por 15 minutos para testar quais fases do ciclo do sono são alcançadas. Se não dormir em até 30 minutos, é liberado dessa tentativa.
O ciclo se repete cerca de quatro ou cinco vezes ao longo do dia.
Muita paciência. Como o Teste das Múltiplas Latências do Sono é um exame que exige repetições, pode durar aproximadamente 10 horas para o fim de todos os ciclos. Portanto, é necessário que o paciente reserve todo um dia para ele.
Quem escolhe qual é o exame adequado para cada paciente é o profissional de saúde, mas sinta-se confortável para questionar sempre.
Boa noite!
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