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21 de março, 2022
Desde outubro de 2021 está liberada no Brasil a venda de melatonina em farmácias “para a formulação de suplementos alimentares”. Apesar da desconfiança geral com a denominação “suplemento alimentar”, o fato é que a liberação facilitou o acesso do brasileiro ao hormônio do sono, antes limitado a farmácias de manipulação e exigência de pedido médico. Com a facilidade de acesso, porém, aumenta também a preocupação do consumo desenfreado e os potenciais efeitos colaterais da melatonina.
Por isso, o Persono preparou esse post especial, para explicar quais são essas possíveis reações adversas.
Antes de mais nada, um alerta: mesmo com a venda liberada e sem necessidade de receita médica, não consuma melatonina ou nenhum outro remédio ou suplemento alimentar sem indicação de um profissional da área da saúde.
A melatonina é um hormônio natural, produzido no cérebro e que é responsável por regular o ritmo circadiano e o ciclo de vigília-sono dos animais. É ela que “avisa” o cérebro quando é hora de começar a sentir sono.
O gatilho de produção da melatonina é a entrada de luz pela retina. Quando a nossa exposição a ela cai no começo da noite, a glândula pineal sabe que é hora de acelerar a produção do hormônio em preparação para o sono.
É por isso que o uso de eletrônicos, emissores de luz azul, atrapalham tanto na hora de dormir.
Além de natural, a melatonina pode ser produzida em laboratório e consumida em formado de cápsulas ou líquida. Neste caso, ela é chamada de melatonina exógena.
Antes de deixar todo mundo preocupado com os efeitos colaterais da melatonina, aí vai uma boa notícia: não existem evidências da toxicidade ou grande severidade do consumo do hormônio exógeno, nem em grandes doses. Isso faz dele uma alternativa terapêutica para pessoas com dificuldades para dormir.
Isso não quer dizer, porém, que o “open bar” de melatonina esteja liberado, viu? O consumo desenfreado ainda pode trazer riscos e deve sempre ser acompanhado por um médico.
Os efeitos colaterais da melatonina mais comuns, que ocorrem em mais de 1% dos usuários, são:
Essa tontura e náusea é o motivo pelo o qual a Associação Americana de Medicina do Sono não recomenda o consumo de melatonina por pessoas com alguma forma de demência, sobretudo se elas não tiverem nenhuma supervisão, já que o risco de queda e desorientação noturna ficam aumentados.
Caso esses sintomas sejam repetitivos ou muito intensos, recomenda-se entrar em contato com o médico que indicou o consumo de melatonina.
Além dos efeitos colaterais comuns, existe ainda uma lista de efeitos colaterais mais raros, que acontecem em menos de uma a cada mil pessoas. São eles:
Pacientes que precisam de remédios que afinam o sangue devem ter o dobro de cuidado com os efeitos colaterais da melatonina devido a esse potencial de redução da coagulação sanguínea.
Procure um médico se perceber a aparição de algum desses sintomas.
Em teoria é possível ter uma overdose de melatonina. Na prática, porém, a medicina ainda não tem certeza se existe um nível tóxico do hormônio a esse ponto.
Vários estudos já foram feitos para encontrar essa taxa, mas ela ainda não foi encontrada. Em um desses estudos, cinco pessoas receberam 1000 miligramas (1 g) de melatonina oral por quatro semanas. Alterações hormonais foram notadas, mas nenhum efeito tóxico foi reportado.
Como referência, os suplementos de melatonina encontrados no mercado costumam ter uma dosagem de 1 mg, 2 mg, 3 mg, 5 mg ou, no máximo, 10 mg.
Lembre-se: apesar dos efeitos colaterais da melatonina serem poucos e, no geral, fracos, você nunca deve consumi-la sem antes consultar um médico.
Boa noite!
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