Além da Vitamina D: os benefícios da luz solar para a sua saúde

Se tem algo que o brasileiro possa comemorar é o fato de sermos um país ensolarado, com cidades que têm mais de 300 dias de luz solar por ano e sem nenhum território com escuridão total em determinados períodos do ano, como alguns países da Escandinávia. 

Aqui não estamos falando de gostar de calor ou preferir o inverno, mas sim da importância do sol para a vida e a saúde.

Também não estamos falando de bronzeado. Usem filtro solar. 

Os benefícios da luz solar na saúde

Antes de mais nada: lembre-se de evitar a exposição direta ao sol das 10h às 16h, faixa horária em que há maior radiação ultravioleta, que promove queimaduras na pele e aumenta o risco de câncer de pele. 

Regulação da produção de melatonina

Uma das melhores atitudes que uma pessoa pode tomar para melhorar o seu sono é tomar um pouco de sol pela manhã, todos os dias.

Primeiro porque essa exposição à luz solar logo cedo ajuda a interromper a produção de melatonina e, consequentemente, faz que o despertar seja mais fácil, diminuindo a letargia que muitos enfrentam nas primeiras horas do dia. É uma grande dose de energia e ajuda as pessoas a serem mais produtivas. 

Ao regular a produção de melatonina, a luz solar naturalmente também afeta o ritmo circadiano, fazendo com que os picos de energia e de sono sejam nos horários adequados. Ou seja: você dorme melhor e na hora certa.

Moderação do humor e saúde mental

A melatonina não é o único hormônio que se beneficia da luz solar. A serotonina, conhecida como hormônio da felicidade por suas relações com o humor e o prazer, também precisa dele.

Existe uma correlação muito positiva entre a síntese da serotonina e a quantidade de horas de sol consumidos por uma pessoa. 

Não é à toa que existe a chamada depressão sazonal, o que faz com que locais que recebem pouca luz solar sejam pioneiros em tratamentos de terapia de luz e até mesmo no uso de espelhos para aumentar os reflexos do sol. 

Vitamina D = Ossos mais fortes

Não só de Vitamina D vive o sol, mas esse é efetivamente o benefício mais conhecido da luz solar. Pudera, a pouca exposição ao sol é responsável pela grande maioria dos casos de deficiência de 1,25 dihidroxicolecalciferol (a sua forma ativa como encontrada no corpo).

Diferente de outras vitaminas, que são obtidas por meio da alimentação, grande parte do nosso estoque de vitamina D é produto da sintetização na pele com uma reação iniciada pela exposição ao sol. 

Existem pelo menos 1000 genes diferentes que são regulados pela vitamina D, o que representa virtualmente todos os tecidos do corpo humano. Isso inclui vários daqueles que estão envolvidos no metabolismo do cálcio, o que quer dizer que sem ela os ossos não se formam e regeneram da maneira adequada. 

Controle da pressão arterial

Um estudo publicado em 2020 pela Revista da American Heart Association conseguiu mostrar que a exposição aos raios ultravioleta está associada a uma pressão sistólica mais baixa. Isso independente da temperatura ambiente, ou seja, vale em quaisquer estações do ano. 

Numericamente essa diminuição da pressão é baixa, mas reduz o risco de eventos cardiovasculares em 10%.

Esse estudo analisou 46 milhões de leituras de pressão arterial de mais de 342 pacientes. Dentre esse grupo, as pessoas com a pele mais clara tiveram uma redução da pressão maior do que as pessoas de pele negra.

Saúde ocular e redução dos casos de miopia

Atualmente há evidências de que a exposição insuficiente à luz solar tem um papel importante na relação entre os fatores genéticos e ambientais que desencadeiam casos de miopia.

Dos 161 fatores genéticos da miopia, muitos estão envolvidos também no processamento da luz e seriam desencadeados pela falta de tempo de exposição à claridade natural.  

A estimativas mais recentes apontam que em 2050, 52% da população mundial terá miopia. Incentivar que desde pequenas as crianças brinquem e façam atividades ao ar livre pode ajudar a reduzir esses números.

Diminuição do risco de alguns tipos de câncer

Alguns pesquisadores indicam que a falta de luz solar tem correlação com mais diagnósticos de alguns tipos de câncer.

Estudos epidemiológicos desde os anos 80 viram que em latitudes que recebem menos luz solar há uma maior probabilidade do desenvolvimento de tumores de:

• Câncer de Cólon
• Linfoma de Hodgkin
• Câncer de Ovário
• Câncer Pancreático
• Câncer de Próstata

Evidentemente a quantidade de exposição à luz não é o único fator para a aparição destes tumores, mas sim um “desequilíbrio” na balança. 

Alguns tratamentos para alguns tipos de câncer inclusive usam a exposição à luz, a chamada fotoimunoterapia. Esse mesmo tratamento vem sendo estudado para pacientes positivos para o vírus HIV.

Com tantos benefícios, dá vontade de ir para a praia, o parque ou para a praça para tomar um banho de sol já. Mas lembre-se de evitar a exposição entre as 10 da manhã e 4 da tarde e de sempre aplicar (e reaplicar) filtro soltar de boa proteção.

Bom sol e boa noite!