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14 de abril, 2021
Sabe aquela frase clichê que diz que tudo em excesso faz mal? Aposto que você já ouviu isso da sua avó, da sua tia ou da sua mãe. E elas estavam todas certas. Tudo em excesso realmente faz mal, até o sono. Sim, dormir demais faz mal. Mas calma que, como (quase) tudo na vida, tem uma explicação.
Vivemos em um tempo que tem sido definido por especialistas como a “pandemia da insônia” ou a “romantização do dormir pouco”. De fato, para onde se olha encontramos discursos dos chamados gurus da produtividade falando que “para ter sucesso é preciso ser o último a dormir e o primeiro a acordar”.
Isso não é verdade. Mas do mesmo jeito que o sono curto demais é prejudicial à saúde, dormir demais também é. A diferença é que o primeiro, muitas vezes, é uma escolha ou imposição social. O segundo não. E é nesse ponto em que precisamos prestar atenção.
Para saber o que significa dormir demais, antes precisamos entender o que se considera a quantidade de horas adequadas para o sono. E para isso não existe uma resposta concreta ou um consenso médico.
A quantidade de horas ideais de sono varia entre sete e nove horas para um adulto saudável, mas mais do que o tempo, a qualidade também deve ser levada em conta.
“O sono não é apenas uma questão de quantidade de horas, mas também de qualidade e regularidade para você se sentir descansado quando acordar”, explica o site Departamento de Saúde do Governo dos Estados Unidos.
As horas de sono, de fato, são uma questão bastante pessoal. Não podemos comparar as necessidades de um atleta profissional com alguém que trabalha em um escritório, por exemplo. O que não quer dizer que não exista um “dormir pouco” ou um “dormir muito”.
Se você dorme menos de seis horas ou mais de nove horas com frequência, é momento de prestar um pouco mais de atenção na sua rotina de sono. Dependendo do caso, você deve considerar procurar um médico.
O sono prolongado de vez em quando pode ser considerado normal. Depois de um dia excessivamente cansativo ou quando estamos muito estressados, dormir um pouco mais ajuda a manter o corpo e a cabeça sãos.
Ninguém pretende que você acorde às 7 horas da manhã de um domingo depois de uma balada no sábado (se é que você já foi pra cama às 7). É preciso apenas ter atenção com o jetlag social.
Por isso é preciso identificar se o sono excessivo e a sonolência durante o dia são constantes ou pontuais, quais os sintomas e a sua intensidade. Algumas das perguntas que um médico pode fazer para encaminhar o diagnóstico são:
Entre outras.
Além disso, é necessário identificar também as causas desse dormir demais, se ele é consequência de outro problema de saúde ou uma causa primária.
Em muitos casos, dormir demais em si não é o problema, mas o sintoma de que algo maior não anda bem.
Algumas das causas secundárias do sono além da conta são:
Outras vezes, porém, dormir demais é a raiz do problema e não a reação a algum outro fator. É a chamada hipersonia primária.
Hipersonias são diferentes distúrbios do sono nos quais uma pessoa dorme mais do que o considerado adequado e pode sentir muita sonolência durante o dia, o que pode causar prejuízos à sua rotina.
São hipersonias primárias:
Nos três casos, o diagnóstico deve ser feito por um médico especialista em sono.
Seja por hipersonias primárias ou secundárias, dormir muito pode trazer prejuízos à saúde e à rotina, a começar pelas horas “perdidas”.
Do ponto de vista cognitivo, também são várias as consequências: dificuldade de atenção e concentração; prejuízos à memória, à capacidade de planejamento e à coordenação motora; e maior dificuldade em controlar impulsos, entre outros.
Dormir demais também pode causar crises de ansiedade e fadiga, o que pode até parecer contraditório, afinal a pessoa supostamente está “bem descansada”. Não é verdade.
Alguns dos outros potenciais problemas da sonolência excessiva são exatamente os mesmos que podem ser apresentados por quem dorme pouco, tais como dores de cabeça, dificuldades de manter o peso e a alimentação saudável, maior risco de diabetes e até mesmo menor expectativa de vida.
Essa “coincidência” é mais uma evidência de que o sono não é apenas sobre duração, mas também sobre qualidade e regularidade na mesma medida.
Então, se dormir muito é uma recorrência na sua rotina, converse com o seu médico de confiança ou busque um especialista em sono. Toda a sua vida agradece.
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