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24 de setembro, 2021

Para que serve o bocejo e por que bocejamos quando outros bocejam

Para que serve o bocejo e por que bocejamos quando outros bocejam

É o efeito dominó mais popular e mais inevitável do mundo: basta ver uma pessoa soltando um bocejo que todo mundo ao redor começa a bocejar também. Isso tem explicação científica.

Bocejar é um comportamento fisiológico e um reflexo que acontece em todas as fases da vida, desde antes do nascimento até a velhice. Todos os animais vertebrados bocejam, dos peixes até os humanos, incluindo pássaros, répteis e os demais mamíferos. Sim, o seu peixe beta e o seu cachorro também bocejam.

No geral, o bocejo é um processo que leva de cinco a dez segundos e envolve uma grande abertura da boca e o fechamento dos olhos enquanto se inala profundamente e se exala mais rapidamente. Para algumas pessoas, ele ainda vem acompanhado por uma flexão do pescoço e/ou a elevação dos braços. 

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Por que nós bocejamos

O bocejo leva a má fama de ser um sinal de falta de educação, de preguiça ou de desinteresse, mas não é bem assim. Como ele é um reflexo, não temos controle de como e quando bocejamos. Portanto, da próxima vez que algum colega seu bocejar no meio de uma longa reunião, lembre-se que ele não tem culpa disso.

Bocejar pode nem sequer ser sinal de sono e cansaço, mas sim uma ferramenta de regulação térmica do corpo. Abaixo, você conhece algumas certezas e outras teorias da ciência sobre o porquê de nós bocejarmos. 

Cansaço, sonolência ou tédio

A razão mais popular de um bocejo aparecer. Só que ao contrário da crença popular, nós não bocejamos porque estamos com sono, mas sim para nos mantermos acordados

Nessa situação, o bocejo está associado a alguns hormônios que aumentam ligeiramente a pulsação cardíaca e o estado de alerta, funcionando como um auxílio para que uma pessoa não durma. É por esse motivo que bocejamos logo após despertarmos. 

Ou seja, quando o seu colega mencionado ali em cima bocejar, não é que ele queira dormir no meio da sua apresentação na reunião, mas sim uma tentativa do cérebro dele de permanecer acordado.

Ajuste de pressão nos ouvidos  

Quando passamos por uma alteração súbita de altitude, seja em um avião, descendo a serra ou mesmo em uma montanha russa, podemos sentir uma pressão desconfortável nos ouvidos por conta do desequilíbrio com a pressão externa. 

Em situações assim, é normal bocejar como uma tentativa de equalizar as pressões. Caso isso não aconteça naturalmente com você, um bocejo involuntário ou “forçado” tem o mesmo efeito. 

Controle térmico do corpo

Essa é uma teoria mais recente e que ainda depende de mais pesquisa. Mas de acordo com um estudo austríaco-americano, bocejamos mais no verão do que no inverno. 

Isso associado à comprovação de que após bocejar alguns animais perdem temperatura corporal, leva à conclusão de que, de fato, esse reflexo ajuda no controle térmico. 

Empatia

É o tal efeito dominó ou bola de neve mencionado no começo do texto, de quando vemos alguém bocejando e automaticamente começamos a bocejar também. É uma reação empática natural do nosso organismo, que espelha o que vê.

Sobre isso, vamos falar a seguir. 

O bocejo é contagioso?

Quantas vezes você bocejou lendo esse texto? Se você chegou aqui sem bocejar nem sequer uma vez, você é exceção à regra.

Bocejar é tão contagioso que ler, escrever, ver ou até mesmo falar sobre ele despertam gatilhos de imitação. É algo involuntário que acontece com os seres humanos e algumas espécies de mamíferos.

Nem sequer precisávamos de estudos científicos para provar isso: é algo que vivemos todos os dias de nossas vidas. Mas a ciência foi atrás de entender o porquê disso acontecer e encontrou uma resposta.

A resposta é a empatia. Pessoas que bocejam quando vêem alguém bocejando são mais empáticas do que aquelas que não o fazem. 

Em um estudo, 24% dos participantes bocejaram ao serem expostos a imagens de outras pessoas bocejando. Essas mesmas pessoas passaram por testes psicológicos de empatia e, na média, pontuaram mais alto do que aqueles que não bocejaram.

Já em outro trabalho, este publicado na American Scientist, os voluntários mostraram duas vezes mais probabilidade de bocejar vendo imagens de bocejos (55%) do que quando expostos a imagens de sorrisos (21%). 

Bocejar pode ser motivo de preocupação?

Em termos gerais, o bocejo é inofensivo. Mas quando ele aparece em excesso, pode ser hora de ligar o sinal de alerta.

Na média, uma pessoa boceja entre cinco e dez vezes por dia. Uma pequena variação nesse número é aceitável (como hoje, quando você está lendo esse artigo e, por isso, provavelmente irá bocejar muito mais do que ontem ou amanhã). 

Em casos extremos, porém, os bocejos diários podem superar os 100, atrapalhando diferentes atividades sociais de uma pessoa. Neste caso, aí sim, é preciso ficar atento. 

Muitas vezes, o bocejo excessivo é produto do uso de medicamentos como inibidores seletivos de recaptação de serotonina, morfínicos, metadona, buprenorfina e lidocaína, entre outros. 

Descartada essa hipótese, porém há alguns problemas de saúde que podem causar bocejo excessivo. São eles:

  • Sonolência Diurna Excessiva, quando uma pessoa acumula muitas noites de pouco sono ou sono de baixa eficiência e começa a “acumular” o cansaço. Neste caso, o motivo da sonolência e, portanto do bocejo, também pode ser um distúrbio do sono como a apneia ou a narcolepsia.
  • Distúrbios Neurológicos. Pacientes com enxaquecas, esclerose múltipla, derrames e traumas no cérebro podem encontrar um alívio temporário dos sintomas quando bocejam.
  • Convulsões, que podem aparecer no período precedente ou posterior a uma crise. 

Como controlar o bocejo em situações importantes? 

Se você sentir que o bocejo pode te atrapalhar, siga uma das três dicas abaixo. Elas podem evitar uma situação constrangedora.

– Respire fundo e lentamente pelo nariz. Isso pode ajudar até mesmo a diminuir o contágio do bocejo quando você estiver vendo uma pessoa bocejar.

– Mexa-se! Isso é para “quebrar” a rotina que está fazendo bocejar. Não é preciso sair puxando peso ou fazendo polichinelos. Um pequeno alongamento ou caminhada de alguns passos bastam. Se não puder sair de onde está, tente mexer os pés embaixo da mesa.

– Esfrie o seu organismo, seja buscando um ambiente menos quente, tomando água fria ou fazendo um lanchinho refrescante. 

Agora, se você sentir que o bocejo está chegando, apenas deixe ele vir. É possível tentar pará-lo fechando a boca com força e apertando os dentes, mas isso no máximo vai adiar o problema, sem resolvê-lo de fato. Sem contar que fará com que a vontade de bocejar fique ainda mais forte.

Vale repetir a pergunta mais uma vez: quantas vezes você bocejou lendo esse texto? Viu? Agora você já entendeu que o bocejo não necessariamente é sinônimo de sono ou tédio.

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