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13 de maio, 2022

Distúrbios do Movimento Relacionados ao Sono

Distúrbios do Movimento Relacionados ao Sono

O sono é uma série de fenômenos em tamanha quantidade que colocá-los todos no mesmo post seria impossível. Até porque até mesmo a ciência ainda não entende muitos deles. Como por exemplo por que nós sonhamos. Alguns desses fenômenos são positivos, como os sonhos. Outros, nem tanto. É o caso dos distúrbios do sono. É deles que esse post vai falar, mais especificamente dos Distúrbios do Movimento Relacionados ao Sono.

O nome é bastante autoexplicativo, mas nem por isso ele merece menos atenção que os demais.

O que são Distúrbios do Movimento Relacionados ao Sono

Os distúrbios do movimento relacionados ao sono formam uma categoria de distúrbios do sono marcadas por movimentos repetitivos e geralmente simples que atrapalham a qualidade do sono. Esses movimentos podem ser cãimbras, pequenos tiques ou sensações de formigamento. 

Não confundir esses movimentos pequenos e localizados com aqueles gerados pelo sonambulismo, por exemplo, que é uma parassonia.

Mesmo sendo simples, os movimentos causados pelos distúrbios desse tipo têm força suficiente para atrapalhar profundamente a qualidade do sono de uma pessoa, como se ela não conseguisse realmente descansar. Por isso, o diagnóstico e tratamento são tão importantes. 

Esses distúrbios do movimento relacionados ao sono são relativamente comuns, sobretudo nos primeiros anos de vida. Eles podem afetar até 20% das crianças e 4% dos adultos.

A partir de agora, você vai conhecer alguns dos transtornos classificados como distúrbios do movimento relacionados ao sono, as suas características, os seus sintomas e como funciona o tratamento.

Síndrome das Pernas Inquietas

A síndrome das pernas inquietas é caracterizada por sensações desagradáveis nos membros inferiores, o que gera uma necessidade praticamente irresistível de mover as pernas.

Essas “sensações desagradáveis” são descritas de maneiras diferentes pelos pacientes, indo desde pequenas contrações ou coceiras até a sensação de rastejamento. Em alguns casos raros, elas podem ser sentidas também nos braços.

A genética, problemas renais e a deficiência de ferro são apenas alguns dos fatores de risco para SPI, mas não necessariamente causadoras do problema. De fato, 80% dos casos de Síndrome das Pernas Inquietas são primários, ou seja, não são causados por outros fatores.

O diagnóstico é clínico e observacional, mas o médico pode solicitar ainda uma polissonografia para observar o comportamento do paciente. O tratamento é individualizado e deve focar na causa primária, caso identificada. A manutenção de uma boa higiene do sono e a prática de exercícios físicos ajudam na diminuição dos sintomas da maioria das pessoas.

+ Leia Mais: Saiba mais sobre a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI ou RLS)

Distúrbio do movimento periódico dos membros 

O Distúrbio do Movimento Periódico dos Membros é marcado por episódios periódicos e repetitivos de espasmos ou pontapés, seja nos membros superiores ou inferiores. 

Esses episódios podem durar até 40 segundos e acontecer a cada 5 a 90 segundos, com 70% dos casos tendo intervalos de apenas de menos de 30 segundos.

Tudo isso acaba causando frequentes interrupções do sono do paciente. Apesar de estarem associados a algum tipo de excitação ou despertar, a pessoa geralmente não sabe do que está acontecendo e nem sequer se recorda dos despertares causados. O que sim é perceptível é o quão pouco restaurador é o sono.

O público mais suscetível ao distúrbio do movimento periódico dos membros são os idosos. Até 30% das pessoas mais velhas sofrem com o problema, que varia entre 5% e 11% entre os adultos. 

Apesar das semelhanças com a Síndrome das Pernas Inquietas, ambos têm uma característica essencial que os diferencia. Enquanto a SRI ocorre na transição da vigília para o sono, ou seja, com o paciente ainda acordado, o Distúrbio do Movimento Periódico dos Membros ocorre quando a pessoa já está totalmente adormecida. 

O tratamento do DMPM geralmente envolve mudança de hábitos de sono e de vida e pode incluir medicamentos para que o paciente não desperte durante os episódios. 

Bruxismo do sono

Não sabia que o bruxismo é um distúrbio do sono? Pois é sim. Ele deve ser chamado de bruxismo do sono porque pode pode acontecer também de dia e inclusive é mais facilmente diagnosticável nestes casos.

O bruxismo do sono é um distúrbio oral do movimento cuja principal característica é o ranger ou apertar dos dentes de modo involuntário e cuja força pode ser de até 115 quilos

Isso acaba gerando microdespertares cuja duração vai de 3 a 15 segundos e que podem acontecer dezenas de vezes. Os microdespertares, por sua vez, geram uma interrupção no fluxo das fases do sono e impedindo que a pessoa tire o melhor proveito da sua noite.

Os diagnósticos de bruxismo são quase que inteiramente clínicos e muitas vezes dependem de uma consulta no dentista, que vai observar desgastes nos dentes ou e movimentação atípica da sua posição. Se você tem dores mandibulares ou sente que ela fica travada, pode ser sinal de bruxismo.

Já as pessoas que dormem acompanhadas se “beneficiam” dos relatos do parceiro na hora do diagnóstico. 

O tratamento do bruxismo do sono depende das particularidades de cada paciente e pode variar desde tratamentos farmacológicos, inclusive com Botox, até o uso de placas oclusais. 

+ Leia Mais: Como diagnosticar e tratar o bruxismo

Cãibras noturnas

Na definição do ICSD (International Classification of Sleep Disorders), as cãibras noturnas são “sensações dolorosas de tensão ou aperto muscular que usualmente ocorre na panturrilha mas pode chegar ao pé e acontece durante um episódio de sono“.

É a cãibra que todos conhecemos e já sentimos em algum momento, mas enquanto a pessoa está dormindo.

Este é um problema relativamente comum, aliás. Virtualmente, toda pessoa que chegou aos 50 anos sofreu ao menos um episódio de cãibra ao longo da vida. Já a cãibra durante o sono é bastante menos comum, afetando menos de 6% da população da cidade de São Paulo.

No caso das cãibras noturnas, elas podem durar até vários minutos. Geralmente, a causa é fadiga muscular, problemas nos nervos ou mesmo resultado de alguma atividade física feita durante o dia, como ficar muito tempo de pé. Certos medicamentos ou condições médicas também causam cãibras. 

Por sorte elas costumam ser aliviadas com massageamento da região, aplicação de terapia de calor ou alongamento. Caso a causa seja alguma outra condição médica, o tratamento desta alivia o problema.

Se você divide o quarto com alguém e essa pessoa mencionar que você faz movimentos “estranhos” durante o sono ou ainda se você acorda frequentemente cansado e percebeu em você algum dos sintomas apresentados nesse post, procure um médico ou um especialista em sono.

Boa noite!

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