Luz vermelha atrapalha o sono ou ajuda a dormir melhor?

A luz é uma das grandes vilãs da hora de dormir. Essa rivalidade com o sono acontece porque o escuro é o gatilho para nosso corpo produzir a melatonina, o hormônio do sono. A luz azul, emitida por aparelhos eletrônicos, é um exemplo. Mas nem todas as cores são prejudiciais. É o caso da luz vermelha. 

Respondendo a pergunta feita no título do post: ela pode ajudar a dormir melhor e inclusive melhorar a qualidade do sono. Mas não vá pensando que você pode tirar proveito de lâmpadas tingidas de vermelho. A luz que vai afetar seu sono é aquela que emite comprimentos de onda de luz vermelha.

O que se sabe sobre a luz vermelha e o sono?

Um estudo chinês testou os efeitos da luz vermelha em jogadores de basquete. As participantes receberam 30 minutos de irradiação por meio de um instrumento de terapia com luz vermelha durante 14 noites. Um outro grupo também de jogadoras de basquete não recebeu iluminação de luz.

As participantes que receberam irradiação de corpo inteiro com tratamento de luz vermelha apresentaram melhoria no sono e melhor desempenho. Os cientistas concluíram que o tratamento com luz vermelha também contribuiu para o aumento da secreção de melatonina. Já o grupo que não foi submetido à irradiação, não apresentou alteração no sono.

Um outro estudo feito por pesquisadores norte-americanos mostrou que a luz vermelha pode ajudar a aliviar a inércia do sono, que é aquela sensação de estar meio grogue quando acordamos. 

Os cientistas descobriram que este efeito acontece quando a iluminação vermelha é saturada e fornecida pelas pálpebras fechadas, em níveis que não suprimem a melatonina. E por que amenizar a inércia do sono? Porque ela pode afetar sua memória de curto prazo, estado de alerta e desempenho geral.

Qual o efeito da luz vermelha nos bebês?

Cientistas japoneses fizeram um experimento para saber se uma breve exposição à luz vermelha durante a noite poderia atrapalhar os benefícios do ciclo de luz e escuridão para bebês nascidos com menos de 36 semanas. 

O resultado mostrou que não houve nenhuma diferença nos padrões de atividade de repouso, choro noturno ou ganho de peso entre os recém-nascidos que eram expostos à luz vermelha e à luz branca. 

Os dados indicaram que os cuidados de enfermagem realizados em intervalos de 3 a 4 horas, que expunham os bebês à luz por menos do que 15 minutos, não os impedia de desenvolver padrões circadianos ou crescimento corporal adequado, desde que eles fossem expostos à ciclos regulares de claro e escuro.

Como a luz afeta seu sono?

Apesar das pesquisas mostrarem os efeitos benéficos da luz vermelha no sono, é importante lembrar que outros tipos são prejudiciais, como a luz azul. A constante exposição pode afetar o ritmo circadiano.

Dessa forma o corpo fica vulnerável para sofrer com distúrbios do ritmo circadiano que podem ser porta de entrada para uma infinidade de problemas de saúde e que acabam tendo como consequência o sono ruim. A diabetes é um exemplo. Não dormir bem aumenta em até três vezes as chances de uma pessoa se tornar diabética.

Na hora de ir para a cama, comece a diminuir a luz e a evite a exposição a eletrônicos. Desligue a TV, computador e celular. Se for ler, aposte em um abajur fraquinho. Caso seja necessário usar o celular ou o computador perto da hora de dormir, diminua os prejuízos da luz azul ativando o filtro de luz azul do seu aparelho. 

Esse recurso ajuda a “aquecer” as cores de maneira gradativa para prejudicar menos o descanso dos olhos. Nos modelos mais modernos de smartphones é possível programar o filtro por horário.

Cuide da luminosidade e tenha uma boa noite!