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15 de setembro, 2021

Como o Transtorno Bipolar afeta o sono

Como o Transtorno Bipolar afeta o sono

O transtorno bipolar é um distúrbio mental importante que afeta entre 2,6 e 4,5% da população mundial sem fazer distinções de região, etnia ou classe social, mas com uma ligeira vantagem para as mulheres em comparação com os homens.

Como acontece com outros distúrbios mentais, a bipolaridade tem efeitos importantes no sono, mas com uma particularidade: os problemas para dormir variam de acordo com o momento do episódio, acompanhando as mudanças de humor.

Em meio ao Setembro Amarelo, esse é o tema de hoje no Blog do Persono.

Entendendo mais sobre o Transtorno Bipolar

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O transtorno bipolar é caracterizado por mudanças intensas no estado emocional de uma pessoa, causando alterações no humor, na energia e até mesmo na habilidade de transcorrer o dia normalmente durante os chamados episódios de humor. 

Esses episódios são divididos entre maníacos (caracterizado por um humor excessivamente feliz ou irritável) e depressivos (caracterizado pela tristeza). Existem ainda os períodos de humor neutro, quando a pessoa não está em crise.

Existem ao todo três tipos de distúrbios de bipolaridade:

  • Distúrbio bipolar 1: definido por episódios maníacos de duração mínima de sete dias ou sintomas tão severos que a pessoa exige cuidados hospitalares. Pode estar associada a episódios de depressão com atributos mistos, misturando momentos maníacos e depressivos.
  • Distúrbio bipolar 2: definido por um padrão de episódios depressivos e hipomaníacos, ou seja, maníacos com menor intensidade (característica do distúrbio bipolar 1).
  • Distúrbio ciclotímico, ou ciclotimia: definido por períodos de sintomas hipomaníacos e depressivos com duração de pelo menos dois anos e cujos sintomas são atingem os requerimentos de diagnóstico para serem classificados como efetivamente hipomaníacos e depressivos.

A mais marcante característica do distúrbio bipolar são essas mudanças de humor e a longa duração dos episódios. No demais, os sintomas dependem se a pessoa está passando por um episódio maníaco, hipomaníaco ou depressivo.

Por exemplo, em um episódio maníaco pode haver uma grande perda de apetite, enquanto a mesma pessoa durante um episódio depressivo pode ter um aumento significativo do apetite e até mesmo ganhar peso. 

A genética é um dos maiores fatores de risco do distúrbio bipolar: entre 80 e 90% das pessoas diagnosticadas têm um familiar com o mesmo distúrbio ou depressão. Agentes externos também são gatilhos de crises, como o estresse, consumo de álcool e drogas e problemas para dormir

O Transtorno Bipolar e o sono

O marco característico do transtorno bipolar, ou seja, essas mudanças intensas de humor também aparecem nos efeitos que o distúrbio tem no sono. Em outras palavras: o sono é alterado de maneira diferente dependendo do tipo de episódio de humor

A qualidade de vida de uma pessoa com transtorno bipolar, naturalmente afetada pelo distúrbio isoladamente, também é impactada pelos problemas na hora de dormir. Estima-se que mais da metade dos pacientes tenha sua rotina prejudicada por essa “combinação”. 

Por esse motivo, tratar dos problemas de sono deve estar nos cuidados essenciais da bipolaridade. Consequentemente isso ajudará que haja um retorno a um padrão de vida mais normal e melhoria nas funções pessoais, sociais e laborais.

O sono em episódios maníacos da bipolaridade

Algumas características são comuns ao sono de pessoas com transtorno bipolar durante um episódio maníaco:

  • Necessidade de menos sono, que pode acontecer em até até 99% dos casos. Veja que não é um caso de insônia, mas sim o corpo “pedindo” menos sono. 
  • A privação do sono como causa dos episódios e possivelmente até um agente causador da mania.
  • Quantidade de sono como objetivo do tratamento.

Distúrbios do sono primários também podem contribuir para episódios de mania, especialmente casos de apneia do sono.

O sono em episódios depressivos 

Já os casos depressivos podem tomar dois caminhos bastante opostos: ou eles dificultam que a pessoa caia no sono ou fazem com que ela durma demais

Existe, porém, uma diferença importante entre a hipersonia em um distúrbio bipolar e aquela derivada da narcolepsia, por exemplo. Enquanto nas pessoas narcolépticas existe uma sonolência diurna excessiva, isso não acontece na depressão bipolar, o que sugere que esse sono excessivo é mais um reflexo de falta de energia e fadiga do que resultado de outro distúrbio primário.  

O sono em momentos eutímicos

O momento eutímico é definido como a remissão dos sintomas, quando o paciente não apenas não está em um episódio maníaco ou depressivo, mas neutro e integrado funcionalmente à sua rotina.  

Os problemas para dormir, porém, podem persistir na eutimia para aproximadamente 70% das pessoas, que têm o total de tempo na cama e horas de sono drasticamente reduzidos. 

Estudos também mostraram que pacientes de distúrbio bipolar em momentos de neutralidade do humor têm maior latência do sono (tempo que se leva para efetivamente começar a dormir), maior quantidade de despertares de madrugada, mais densidade do sono REM e redução da eficiência do sono.

Dormir mal pode prever uma crise de transtorno de bipolaridade?

No caso do transtorno bipolar, dormir mal não é apenas um sintoma, mas pode ser um fator preditivo de episódios maníacos.

Diferentes estudos apontam que entre 25 a 65% das pessoas com transtorno de bipolaridade com episódios maníacos tiveram uma disrupção no ciclo de despertar-dormir antes do episódio. Esse problema no ciclo costuma ser causado por uma disrupção da rotina social, independente do tamanho. Pode ser algo muito pequeno, como ficar até tarde vendo uma série, ou algo muito grande, como a perda de um familiar.

Por ser um marcador importante da bipolaridade em quaisquer de suas fases (ou episódios) e ainda piorar os sintomas, cuidar do sono faz parte dos cuidados do transtorno. Os tratamentos não podem ser dissociados. Além da higiene do sono, em alguns casos o médico pode sugerir a introdução de medicamentos indutores do sono.

O cuidado com o sono é sinônimo de cuidado com a saúde mental. Boa noite.

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