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22 de fevereiro, 2021
O assunto do momento, desde 2019, é skincare. O que parecia uma febre temporária ou uma moda passageira ganhou status de prioridade na rotina de muita gente: os cuidados com a pele.
Sob o mote de autocuidado, o skincare vem em crescimento no Brasil mesmo com a economia em queda. De janeiro a junho de 2020, que abrange os primeiros meses de pandemia de Covid-19, as vendas de máscaras faciais cresceram 51,7%. No mesmo período, a venda de maquiagem desabou 19%, invertendo a lógica do segmento que “segura” o mercado da beleza.
Mas o que isso tem a ver com sono? Simples: tudo. O sono é o maior aliado da pele, assim como de qualquer outro órgão. Palavras da presidente da Associação Brasileira do Sono, ABSono, a médica neurologista Dra. Andrea Bacelar.
“A pele é o maior órgão do corpo humano. Ela precisa do sono para se revitalizar e reidratar. Quando isso não acontece, a aparência muda, afinal a pele é nosso órgão visível”.
Um exemplo disso são as olheiras; a pele ao redor dos olhos vai ficando escura e flácida porque não há uma troca de células adequada quando não se dorme bem.
Em resumo: o sono da beleza não é um conto de fadas.
A expressão “dá pra ver na sua cara” é bastante real quando falamos de falta de sono. Apenas uma noite mal dormida já mostra os seus efeitos cruéis na pele:
Tudo isso em apenas um dia e vale lembrar que o sono que não se recupera em apenas um cochilo ou uma “compensação”, uma das maiores fake news sobre dormir que existem. De acordo com a Dra. Bacelar, são necessárias três noites para equilibrar a funcionalidade de todo o sistema do corpo depois de uma mal dormida. Equilibrar, não recuperar.
Outro obstáculo para a pele durante a noite é a desidratação, que acontece basicamente por três motivos: são muitas horas sem beber água, perda de líquidos natural e diminuição da produção de sebo cutâneo. Essa soma de fatores pode deixar a pele seca e sem viço.
Neste caso, a solução é se hidratar assim que acordar: deixe um copo de água ao lado da cama e tome assim que despertar. Um jato de água termal no rosto e hidratantes noturnos indicados por um dermatologista também ajudam a diminuir os danos da secura.
Se apenas a desidratação não é o suficiente, um outro problema afeta a pele durante a noite. Um estudo publicado no início de 2020 na revista científica Nature Cell Biology encontrou um vínculo direto entre distúrbios no ritmo circadiano e a sintetização do colágeno, uma proteína abundante no nosso corpo que confere resistência, coesão e elasticidade aos tecidos. Entre eles, a pele.
A disrupção da qualidade do sono aumenta a susceptibilidade a danos causados pelo ambiente. Em casos crônicos, são criados níveis elevados de cortisol que destroem o colágeno, ampliando ainda mais o problema.
Além de afetar a pele, a falta de colágeno contribui para flacidez muscular, diminuição da densidade dos ossos e aumento da fragilidade nas articulações e cartilagens. O tema aqui vai além do skincare: sono é uma questão de saúde.
Já está bastante claro que dormir mal prejudica a saúde da pele, então, como diriam por aí, vamos falar de coisa boa?
Uma boa noite de sono é o melhor skincare que possa existir. Não porque ela faça milagres (apesar de fazer), mas porque faz o corpo funcionar como deveria. Afinal, se você já está investindo em produtinhos para se cuidar, pode e deve dar uma força para eles simplesmente dormindo.
Conheça abaixo mais algumas motivos que vão fazer a sua pele agradecer por você ter dormido bem:
Não é apenas o corpo e a cabeça que precisam descansar, a pele também. E como não poderia deixar de ser, isso acontece durante a noite.
Um estudo encomendado pela marca de cosméticos Estée Lauder mostrou que, como durante o sono a pele está livre dos seus principais agressores, tais como o stress, a poluição, a maquiagem e os raios UV, a cútis aproveita para se autorreparar. Ou seja, enquanto estamos dormindo, pequenas feridas e machucados conseguem acelerar a sua recuperação.
Sim, é verdade: quanto melhor dormimos, mais resistente fica a pele ao envelhecimento.
Um estudo clínico conduzido pela University Hospitals Case Medical Center, em Cleveland, nos Estados Unidos, provou que as pessoas que não dormem o suficiente têm um aumento e aceleração de sinais como rugas, manchas, flacidez e linhas finas.
Na mesma pesquisa foi identificado que mulheres que sofrem de insônia têm uma capacidade menor de recuperação de queimaduras solares. A inflamação causada pelo sol demora mais para sumir.
Tudo isso se deve à produção elevada de cortisol, o hormônio do stress, já mencionado neste artigo.
Ao mesmo tempo em que perde líquidos durante a noite, o corpo também fica mais “receptivo” à hidratação externa graças ao aumento da circulação cutânea, que também favorece a absorção de vitaminas e nutrientes pela pele.
Por esse motivo os hidratantes mais ricos e pesados são indicados para aplicação no período noturno.
Que não dormir resulta na aparição de olheiras, nós aprendemos desde que somos crianças, mas a privação do sono traz outros aspectos desagradáveis aos olhos: a vermelhidão e o inchaço.
Isso resulta em uma aparência de cansaço cientificamente provada. E, cá entre nós, ninguém quer uma plaquinha de “eu não durmo bem” na testa, não é mesmo?
O cabelo não entra exatamente da categoria de skincare, mas já que estamos falando de sono da beleza, vale uma menção especial aos fios.
Dormir bem faz o cabelo mais brilhoso, forte e cheio, explica a dermatologista e autora Dra. Whitney Bowe. “O sono é necessário para a síntese de proteínas do cabelo e pode impactar na produção de hormônios, que por sua vez tem impacto no crescimento e na aparência dos fios“.
Caso você não durma bem, não deixe o assunto passar batido nas suas consultas com um dermatologista de confiança, já que isso tem impacto na decisão sobre que tratamento prosseguir. E já sabe: a rotina de skincare de qualidade precisa incluir o sono.
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