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13 de março, 2023
O sono é um processo biológico que acontece regulado pela presença e ausência de luz. A escuridão é o gatilho que o cérebro precisa para começar a produzir a melatonina, o hormônio do sono. Ao amanhecer, essa produção é interrompida. E essa percepção de presença e ausência de luz se dá pelos olhos. Se funciona dessa maneira, como é então o sono das pessoas com deficiência visual?
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais de 6,5 milhões de brasileiros são cegos ou possuem baixa visão ou visão subnormal. Por conta da impossibilidade ou dificuldade de enxergar, esse grupo de pessoas apresenta dificuldades para dormir.
O ritmo circadiano pode ser definido como as mudanças que nosso corpo passa em um ciclo de aproximadamente 24 horas. Conhecido também como ciclo circadiano, ele afeta desde o corpo até a mente e o comportamento. A regulação do sono é uma das funções mais importantes do ritmo circadiano.
Acontece que as pessoas cegas, com baixa visão ou visão subnormal acabam sofrendo de distúrbios do sono ligados ao ciclo circadiano, que ocorrem quando o horário interno das pessoas de dormir e acordar relógio não se alinha com o ciclo de claro (dia) e escuro (noite) da Terra. Como resultado, elas acabam sentindo vontade de dormir em momentos inapropriados, o que acaba atrapalhando a vida profissional e social.
Apesar de na maioria das vezes os distúrbios do ciclo circadiano terem causas e características distintas entre si, as consequências e efeitos são bastante similares na vida das pessoas. Entre elas estão:
O distúrbio do ritmo circadiano mais comum em pessoas totalmente cegas é o Transtorno do ciclo sono-vigília diferente de 24h. Quem sofre com esse problema têm um ciclo de vigília-sono que não corresponde às 24 horas como o restante das pessoas, consequentemente os períodos de sono ficam em constante mudança e alternância.
Os sintomas são mais severos quando esse ciclo entra em discordância com os compromissos sociais dessa pessoa. Já quando o ciclo está de acordo, o paciente pode não apresentar problema para dormir e nem sonolência.
Estimativas mostram que 70% dos cegos sofrem com o transtorno do ciclo sono-vigília diferente de 24h.
Um estudo feito por pesquisadores britânicos e norte-americanos concluiu que muitas vezes familiares, médicos e empregadores não conseguem reconhecer os efeitos prejudiciais da falta de percepção da luz. Isso acaba dificultando que as pessoas cegas consigam o tratamento e o suporte adequados.
Os cientistas explicam que “simplesmente tratar os sintomas de sono-vigília com uma combinação de estimulantes diurnos e hipnóticos noturnos, por exemplo, indica um diagnóstico insuficiente e uma falha em abordar a causa da condição”.
A administração diária de melatonina, o hormônio do sono, é um tratamento terapêutico promissor para este tipo de problema, mas não existe uma dose nem tempo de tratamento ideal. Cada caso deve ser conversado com o médico. Dessa forma, as pessoas com deficiência visual podem tirar proveitos de todos os benefícios oferecidos por boas noites de sono.
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