Qual a relação entre Doença de Parkinson e o sono

A Doença de Parkinson é uma doença neurológica conhecida por afetar os movimentos de uma pessoa. No Brasil, cerca de 200 mil pessoas sofrem desse mal. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, em torno de 1% da população mundial com mais de 65 anos tem a doença.

É raro casos de Doença de Parkinson em crianças e adolescentes. Ela afeta mais as pessoas idosas, geralmente começando a se manifestar entre os 50 e 79 anos. Problemas para dormir fazem parte do quadro de sintomas da doença. Ainda não existe cura para a Doença de Parkinson, mas ela tem tratamento e quanto mais cedo for diagnosticada é melhor para o paciente.   

O que é a doença de Parkinson

Depois da doença de Alzheimer, o Parkinson é o segundo mal mais comum do sistema nervoso central. Ela foi descrita pela primeira vez pelo médico inglês James Parkinson como uma “paralisia agitante”. 

Este distúrbio neurológico é resultado da degeneração das células responsáveis pela produção da substância dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. Estas células ficam em uma região do cérebro chamada substância negra.

Sintomas da Doença de Parkinson e diagnóstico

A perda de dopamina faz com que os neurônios fiquem fora de controle, causando assim os sintomas da Doença de Parkinson. Ela pode começar de forma assintomática e ir avançando de maneira gradual, podendo evoluir em ritmos diferentes em cada paciente. Os quatro principais sintomas da Doença de Parkinson são:

• Tremor nas mãos, braços, pernas, mandíbula ou cabeça;
• Rigidez muscular, na qual o músculo permanece contraído por bastante tempo;
• Lentidão para realizar movimentos;
• Equilíbrio e coordenação prejudicados, podendo ocasionar quedas.

A Doença de Parkinson também pode causar sintomas como:

• Problemas relacionados ao sono;
• Problemas para urinar;
• Perda de olfato;
• Constipação;
• Dermatite seborreica;
• Depressão;
• Alucinações, delírios e paranoia.

Não existem testes específicos para diagnosticar o Parkinson. O diagnóstico é feito tendo como base os histórico clínico do paciente e o com o auxílio de tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

Como a Doença de Parkinson afeta o sono

A relação entre Doença de Parkinson e o sono ainda não é totalmente clara para os cientistas. O que se sabe é que tanto o distúrbio em si quanto o tratamento e questões emocionais podem causar problemas na hora de dormir. A Sleep Foundation cita cinco problemas relacionados ao sono que os pacientes com Doença de Parkinson podem sofrer. São eles:

• Alterações no ritmo circadiano por conta da redução da dopamina, que pode mexer com o ciclo sono-vigília do corpo, atrapalhando assim o horário de sono do paciente. Como consequência, a pessoa com Doença de Parkinson pode passar a ter insônia e sentir sonolência durante o dia.

• Síndrome das pernas inquietas, distúrbio que tem como característica principal o desejo irresistível de mover as pernas, principalmente quando a pessoa está em repouso. A falta de dopamina no corpo seria a responsável pelo surgimento deste problema junto com a Doença de Parkinson.

• Distúrbio comportamental do sono REM, que faz as pessoas se movimentarem enquanto dormem como nos sonhos. A movimentação pode ser violenta, fazendo inclusive com que o paciente possa bater em alguém que dorme no mesmo quarto. 

• Apneia obstrutiva do sono, distúrbio que afeta e atrapalha a respiração enquanto a pessoa dorme. Pacientes que sofrem de Parkinson podem apresentar obstrução das vias aéreas superiores e outros problemas que contribuem para o desenvolvimento de apneia.

• Noctúria, ou micção noturna frequente. Embora não seja tecnicamente um distúrbio do sono, ela afeta a grande maioria de pacientes com Parkinson em algum grau e pode prejudicar a qualidade do sono.

Qual o tratamento para Parkinson

Como falamos no início do post, não existe cura para a Doença de Parkinson, mas é possível combater os sintomas e retardar seu progresso. O neurologista é o especialista que pode diagnosticar e tratar este distúrbio.

O tratamento pode ser feito com medicação, fisioterapia, terapia ocupacional e, em alguns casos, cirurgia. Os distúrbios do sono em pacientes com Parkinson também devem ser tratados. Boas práticas de higiene do sono podem auxiliar na hora de dormir.

É importante relatar para o médico problemas relacionados ao sono, pois ele pode diagnosticar e indicar tratamentos específicos, como CPAP para quem sofre de apneia. Dessa forma é possível evitar as consequências desses distúrbios e melhorar a qualidade do sono.

Boa noite!