
Sem pensar muito, responda: você dorme bem? Consegue se deitar em horários regulares, não demora para dormir quando está na cama, não desperta durante a madrugada e acorda se sentindo revigorado? Foi para responder a essa e outras perguntas que se uniram o Persono, a plataforma de human analytics da MindMiners e a consultoria Unimark/Longo. Afinal, como é o sono no Brasil?
O resultado é uma série de dados surpreendentes e muitas vezes preocupantes. Aqui vai o primeiro deles: 62% dos brasileiros dizem dormir bem, mas não são capazes de explicar o porquê dessa resposta.
Ao todo, a pesquisa Acorda, Brasil! entrevistou, entre os dias 5 e 10 de novembro de 2020, 2000 pessoas das cinco regiões geográficas do país. Elas representam as classes sociais A, B1, B2, C1 e C2 e tinham a partir de 18 anos. O objetivo era retratar com a maior amplitude possível a diversidade do brasileiro.
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1. O sono no Brasil é pouco e ruim
Dos 62% de entrevistados que declaram dormir bem, quase 60% dizem que acordam cansados. Isso quer dizer que a noite é pouco restauradora e, portanto, de pouca qualidade.
Outro fato sobre o sono no Brasil que também é preocupante: das pessoas que acreditam que têm bom sono, 19,1% dormem menos de seis horas por noite, considerado o mínimo aceitável. E cada minuto perdido é valioso, como explica o professor especialista em sono Matthew Walker em um Ted Talk.
“Duas horas perdidas de uma noite de oito horas de sono significa uma perda de 25% do sono? Bem, sim e não. A pessoa perdeu 25% de todo o sono, mas, como o sono REM ocorre principalmente na segunda metade da noite e especificamente nas últimas horas, ela pode ter perdido talvez 50, 60, talvez até 70% de todo o sono REM.”
O sono REM, ou Rapid Eye Movement é aquele em que acontecem a fixação da memória e o descanso mais profundo, que é essencial para a recuperação física do corpo.
2. 28% dos brasileiros demoram mais de meia hora para pegar no sono
Aquele eterno “fritar” na cama é a realidade de muita gente e esse momento que acontece entre se deitar e de fato adormecer dura pelo o menos 30 minutos para 20% dos entrevistados.
Ficar na cama sem sono é ruim, pois o cérebro passa a associar o colchão à ansiedade e à espera. Caso você esteja demorando para adormecer, levante-se da cama, vá a outro cômodo e tente ler um pouco, mas evite comer e se conectar a aparelhos eletrônicos. Apenas retorne quando o sono estiver de volta, assim o seu corpo “aprende” que cama é lugar apenas para dormir.
3. Acordar no Brasil não é fácil
E olha que nem estamos falando de política ou pandemia (ainda). 68% das pessoas admitiram que têm um comprometimento da atenção ao acordar, ou seja, elas se acordam mas têm dificuldade em de fato despertar e começar o dia.
A mesma quantidade de pessoas, 68%, também sofrem para conseguir prestar atenção em quaisquer tipos de atividades nos primeiros minutos do seu dia.
4. O sono das mulheres foi mais afetado durante a pandemia
57% dos participantes da pesquisa Acorda, Brasil disseram que estão dormindo menos ou pior desde março de 2020, quando começaram os primeiros confinamentos por conta da pandemia de Covid-19.
Especificamente as mulheres têm dormido menos e pior do que os homens, provavelmente estressadas por questões relativas à saúde. Elas ainda acordam mais vezes ao longo da noite, tendo problemas de sono interrompido.
5. O brasileiro é mais matutino que o resto do mundo
É isso mesmo: nós aproveitamos, em média, a manhã melhor que o resto do mundo. 30% dos brasileiros que participaram da pesquisa Acorda, Brasil! têm o cronotipo matutino, 5 pontos percentuais acima da média mundial, que é de 25%.
As pessoas com cronotipo matutino têm o pico da produção de melatonina antes da meia-noite e, por isso, dormem e acordam mais cedo e têm o ponto mais alto de sua produtividade nas primeiras horas da manhã.
6. Um péssimo hábito: usar o celular na cama
Este é um hábito destruidor, mas compartilhado por muita gente. 78% dos brasileiros têm o costume de levar o celular para a cama. Ele se intensifica ainda mais entre os mais jovens e entre as mulheres: 80% delas ficam com o smartphone na hora de se deitar.
O celular, assim como outros eletrônicos, emite luz azul, o que inibe a produção de melatonina. Some-se isso ao caráter gerador de ansiedade de noticiários e redes sociais e temos uma atividade altamente prejudicial ao sono.
Se for essencial usar o aparelho na cama, ative o filtro de luz azul, que aquece as cores gradativamente para prejudicar menos o descanso dos olhos.
+ Leia mais: Quer dormir melhor? Evite 11 maus hábitos que atrapalham o sono
7. A medicina do sono na vida do brasileiro
Apenas 13,55% dos brasileiros já consultaram um médico para falar especificamente sobre problemas do sono. Paralelamente, 13,45% tomam remédios para dormir, mostrando uma importante medicamentalização das questões do sono.
8. Falta de interesse médico
A falta de conversa sobre o sono atinge todas as especialidades médicas, o que poderia explicar por que a grande maioria das pessoas jamais procurou um profissional do sono.
Dormir não aparece na anamnese de 58% das consultas médicas no Brasil. Quando o tema surge, ele é bem menos prevalente do que outras preocupações, como alimentação, atividades e forma física.
9. O sono não é prioridade do brasileiro
Quem acompanha o conteúdo do Persono sabe da importância de dormir bem, mas não é sempre assim já que 50% dos brasileiros acreditam que o sono tem pouco ou nenhum impacto na performance diurna.
Essa despreocupação é ainda maior entre os homens, com a porcentagem se aproximando dos 60%. Essa mesma porcentagem aparece no recorte de idade para pessoas de 45 anos ou mais.
Por outro lado, entre os mais jovens a coisa se inverte. 29% dos entrevistados entre 18 e 30% acreditam no impacto do sono na produtividade.
10. Investimos pouco no sono…
Um dos claros sintomas da pouca preocupação que há com o sono no Brasil está na falta de investimento no assunto. 50% das pessoas não trocam seu travesseiro há mais de três anos. Elas acreditam que só devem pensar em substituí-lo quando apresentar deformidades que comprometam seu conforto.
Mas não é bem assim. O travesseiro deve ser trocado a cada dois anos e ser sempre bem higienizado, de acordo com as instruções do fabricante.
11. … e na tecnologia do sono
Se na média o brasileiro não se preocupa com a troca do travesseiro, as tecnologias mais recentes ficam ainda mais pra trás na lista de prioridades.
Apesar de todos possuírem um smartphone, 82% dos participantes da pesquisa nunca usaram um aplicativo para monitoramento do sono, mesmo os gratuitos. Além disso, apenas 12% já investiram em itens que melhoram a qualidade da vida noturna, tais como smartwatches, pulseiras ou máscaras.
Hoje em dia, esses monitores para o sono caseiros apresentam a mesma qualidade de resultados que a actigrafia, um exame da medicina do sono com validação médica. Além disso, eles também têm o benefício de uma análise continuada, inviável em exames do sono tradicionais.
O Travesseiro com tecnologia Persono é recomendado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), além de sermos parceiros da ABS – Associação Brasileira do Sono, o que garante resultados confiáveis e que refletem a realidade do seu sono.
12. O brasileiro dorme mal
Não existe maneira leve ou suave de dizer isso: o sono no Brasil é ruim.
Cruzando-se todos os dados da pesquisa Acorda, Brasil!, é possível chegar à conclusão que 62% dos brasileiros dormem mal. Esse número é bastante acima da média mundial, que é de 40% de acordo com a OMS.
O sono no Brasil precisa melhorar e isso é evidente. Continue acompanhando o Persono para aprender a ter o descanso que você merece.
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