Insônia e até problemas emocionais podem surgir em pessoas que usam o vape, o famoso cigarro eletrônico que inclusive tem venda proibida no Brasil

O vape, ou cigarro eletrônico, é proibido no Brasil. Desde 2009, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe o produto de ser comercializado no país. Só que mesmo com a proibição, os cigarros eletrônicos são comprados e utilizados pelos brasileiros. Em torno de 3 milhões de brasileiros são usuários de vape. Esse número representa um crescimento de 600% em seis anos.  

E por que a preocupação com o uso do vape? Assim como os cigarros tradicionais, os eletrônicos também causam prejuízos à saúde, incluindo o sono. Apesar de ser cedo para dar uma resposta clara sobre os efeitos do vape a longo prazo, começam a surgir dados de que ele afeta o coração e o pulmão.

Neste post vamos falar sobre os danos que o cigarro eletrônico pode causar às suas noites de descanso. 

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Vape vicia tanto quanto o cigarro tradicional

O vape também é conhecido como vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). De maneira resumida, o cigarro eletrônico aquece um líquido até que ele vire um vapor que pode ser tragado. Esse líquido pode conter diversas substâncias tóxicas, entre elas a nicotina, famosa por causar dependência. 

Quem não fuma e começa a usar cigarros eletrônicos pode se tornar dependente e até mesmo começar a utilizar cigarros tradicionais. Além da dependência, a nicotina tem a capacidade de afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, causando impacto no aprendizado e na saúde mental.

As substâncias químicas encontradas nos cigarros eletrônicos e tradicionais também podem afetar pessoas que estão perto de quem está fumando, os chamados fumantes passivos.

O uso do vape e os efeitos no sono

O cigarro eletrônico tem mostrado efeitos nocivos ao sono. Pesquisas concluíram que ele causa sono insuficiente e dificuldade para dormir. Um estudo feito com jovens norte-americanos mostrou que aqueles que fumavam cigarro eletrônico declararam ter mais propensão a não dormir direito do que os que não fumavam. 

A pesquisa também descobriu que aqueles que usavam cigarro eletrônico e aqueles que fumavam tanto o vape quanto o cigarro tradicional apresentaram mais tendência a relatar sono insuficiente do que fumantes exclusivos do cigarro tradicional.

Um segundo estudo também feito com jovens norte-americanos concluiu que fumantes de cigarros eletrônicos e tradicionais relataram mais dificuldades para dormir do que quem nunca fumou. Outra descoberta da pesquisa foi a de que usuários de cigarros eletrônicos usam mais medicamentos para dormir do que fumantes de cigarros tradicionais.

Já uma pesquisa suíça além de investigar os efeitos do vape no sono viu o impacto que ele causa na saúde mental. Entre os jovens ingleses que participaram da pesquisa, aqueles que usavam o cigarro eletrônico tinham mais tendência a apresentar sintomas de insônia, como dificuldade para dormir e se manter dormindo.

Em relação à saúde mental, a ansiedade apareceu em mais de 95% dos usuários de vape, em comparação com 78% dos que não usavam esse tipo de cigarro. A maioria das pessoas que usavam cigarro eletrônico também declararam sofrer mais com depressão.

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Deixando de fumar

Não é impossível abandonar o vício em cigarro, apesar de ser difícil para algumas pessoas. Você pode procurar ajuda médica caso não consiga sozinho. Parar de fumar só gera benefícios para o corpo e as mudanças acontecem já nos primeiros minutos. 

Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, em apenas 20 minutos, a frequência cardíaca cai. Após 12 horas, o nível de monóxido de carbono no sangue volta ao normal. A circulação passa a melhorar e a função pulmonar aumenta entre 2 e 12 semanas depois de parar. A tosse e a falta de ar diminuem entre 1 e 9 meses. 

O risco de acidente vascular cerebral (AVC) se iguala ao de um não fumante dentro de 5 a 15 anos após deixar o cigarro. Após 10 anos, a taxa de mortalidade por causa de câncer de pulmão cai pela metade. E depois de 15 anos, o risco de doença cardíaca volta a ser igual ao de um não fumante. 

Se você tem dúvidas sobre os efeitos do cigarro no seu corpo, procure um profissional de saúde.

Boa noite!