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14 de dezembro, 2021

O que você precisa saber antes de tomar remédio para dormir

O que você precisa saber antes de tomar remédio para dormir

Um levantamento recente mostrou que quase 67% dos brasileiros enfrentam problemas para dormir, muitos deles impulsionados pelo estresse causado pela pandemia de Covid-19. Não é à toa que a Anvisa detectou um aumento na venda de diferentes tipos de remédio para dormir, mas um aumento preocupante, já que 35% das pessoas os tomam sem indicação médica.

Veja, não existe nenhum problema em consumir algum remédio para dormir, desde que sob estrita orientação médica e com consciência dos riscos que isso implica. Todo remédio tem contra-indicações e potenciais reações adversas que só podem ser avaliadas por um profissional de saúde. 

Como funcionam os remédios para dormir?

Existem diferentes tipos de remédios para dormir, com diferentes funções e efeitos colaterais. Enquanto alguns agem no controle da ansiedade, outros amplificam o efeito da melatonina natural, por exemplo. Esse é apenas um dos motivos pelos quais você não deve consumir nenhum deles sem orientação médica prévia.

Como existe uma infinidade de causas das dificuldades para cair no sono, já é de se esperar que existam também uma grande quantidade de fármacos voltados para isso.  

Tipos de remédio para dormir

Abaixo, você conhece algum deles.

O travesseiro Persono é usado para monitorar o sono e é recomendado pelos atletas do Time Brasil e pelo COB - Comitê Olímpico Brasileiro

Melatonina

A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal e é a responsável  pela regulação do ritmo circadiano e do sono. Ela também pode ser produzida sinteticamente, em laboratório, e consumida por pessoas com dificuldade para dormir.

Antes proibida, em 2007 a importação do insumo farmacêutico melatonina foi liberada pela justiça do Brasil. Desde então ela já podia ser vendida manipulada sob prescrição médica. 

Mais recentemente, a Anvisa também autorizou o uso da substância para a formulação de suplementos alimentares, o que permite que ela seja vendida sem receita dentro da categoria de produtos destinada à complementação da dieta. 

Sedativos

Aqueles em que a maioria das pessoas pensam quando falamos em “remédio para dormir”. Os sedativos são substâncias que desaceleram a atividade cerebral, acalmam, relaxam e induzem o início e a manutenção do sono. 

Além de problemas para dormir, eles são usados no preparo de procedimentos cirúrgicos e para tratar problemas que vão desde convulsões até abstinência de drogas, entre outros. Em doses mais elevadas, a chamada sedação profunda, a pessoa só responde a estímulos muito dolorosos ou repetitivos.

Entre os sedativos usados para pessoas com problemas para pegar no sono estão a Amitriptilina (Amytril), o Diazepam (Valium), Zolpidem e o Clonazepam (Rivotril), entre outros.

Vale lembrar sempre, porém, que sedação e sono não são sinônimos. Um sedativo ajuda a dormir, mas não necessariamente faz dormir melhor.

Receptores Agonistas e Receptores Antagonistas 

Receptores agonistas são aquelas substâncias que ativam receptores que produzem a resposta desejada, aumentando a proporção de receptores ativados. Para dormir, podem ser usados receptores agonistas de melatonina, que simula o efeito do hormônio. Esse receptor é uma medicação diferente do suplemento de melatonina mencionado anteriormente. 

Já os receptores antagonistas são agentes que reduzem a resposta produzida quando se unem a receptores celulares, podendo até anular o efeito de outro. Para incentivar o sono, são usados receptores antagonistas de hipocretina (orexina), regulador da excitação, da vigília e do apetite. A diminuição dos níveis de hipocretina produz sonolência. 

Antidepressivos 

Alguns dos remédios usados no tratamento contra a depressão têm como efeito secundário o aumento da sonolência, o que faz deles candidatos na lista de remédio para dormir. Este é o caso, por exemplo, dos Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS ou SSRI).

Pacientes com diagnóstico de depressão e ansiedade têm grande probabilidade de sofrerem de insônia, o que faz deles candidatos ideais para o consumo de antidepressivos também como auxiliares do sono.

Ainda existem os remédios para outras causas, mas que causam sonolência, como relaxantes musculares e anti-histamínicos (antialérgicos), além de soluções não medicamentosas, como a passiflora (maracujá) e a valeriana, que não apenas ajuda na indução do sono como melhora a sua qualidade também.

Qual é o melhor remédio para dormir?

Não existe “o melhor remédio para dormir”, mas sim “o melhor remédio para dormir para cada caso“. Não é porque um remédio para dormir funcionou para o seu amigo, esposa ou qualquer um, que ele vai funcionar para você. 

Como cada fármaco voltado para o sono age em um aspecto diferente do organismo, é necessário que o médico investigue as causas da dificuldade para dormir antes de prescrever quaisquer um deles. E esse é só mais um dos motivos pelos quais você não deve consumir nenhum remédio sem orientação médica.

Remédios para dormir podem viciar?

Os remédios para dormir são  “variavelmente viciantes“, como define artigo publicado no site de saúde da Universidade de Harvard, que ainda diferencia o vício da dependência. 

Ao contrário do que acontece com drogas ilícitas, como a cocaína ou a heroína, as pessoas não sentem desejo pelas sleeping pills, mas se tornam dependentes delas, impossibilitadas de cair no sono sem o consumo e podendo sofrer com efeitos rebote que causam mais insônia do que antes.

Por isso, até o “desmame” deve ser feito com acompanhamento de perto de um médico. 

Alguns dos sedativos são os remédios para dormir que mais causam dependência e podem terminar até mesmo em episódios alucinatórios e overdose. 

Por outro lado, a melatonina não é, per se, uma substância viciante. O que pode acontecer é que a ingestão excessiva do hormônio sintético pode fazer a sua produção natural decair, criando dependência, que é diferente de vício. 

Perigos de se consumir remédios para dormir

Além dos riscos de dependência, alguns tipos de remédio para dormir podem causar outros efeitos secundários desagradáveis. Os sedativos, por exemplo, potencialmente reduzem a qualidade e a progressão das fases do sono. Mas esse é o menor dos problemas. 

Os benzodiazepínicos, também chamadas de drogas Z, categoria na qual se encaixa do Zolpidem, podem causar uma amnésia pronunciada, alucinações e levar a pessoa ao sonambulismo, fazendo com que ela caminhe, começa e até mesmo dirija enquanto dorme sem ter consciência plena disso, o que coloca a sua segurança e a dos demais em risco. 

O excesso de sonolência diurna na manhã seguinte também pode aparecer residualmente em até 80% das pessoas que tomam remédios para dormir.

Importante: remédios para dormir não são “mágicos”

É verdade que o consumo de remédio para dormir é fundamental na rotina de muita gente. A função deste post não é demonizá-los. Só que eles não são um elemento mágico que vai mudar a sua vida sozinho e para sempre.

Dá para compará-los com a fisioterapia, por exemplo. De nada adianta fazer os exercícios durante as sessões, mas manter os maus hábitos posturais e não fazer os movimentos de fortalecimento indicados pelo fisioterapeuta. Não vai resolver.

Tomar remédios para dormir deve obrigatoriamente ser acompanhado de uma mudança de hábitos visando a qualidade do sono. Isso inclui, por exemplo, a criação de uma rotina de higiene do sono, alterações na alimentação, técnicas de relaxamento e gestão da saúde mental.

+ Leia Mais: Dicas para dormir melhor

Nunca é demais repetir: nunca, em absolutamente nenhuma situação, consuma um remédio para dormir sem recomendação médica. Aliás, isso vale para qualquer remédio.

Boa noite.

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