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18 de maio, 2021
Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) é categórico: longas jornadas de trabalho aumentam o risco de derrames e doenças cardíacas.
Isso derruba aquele que talvez seja o maior dos clichês dos autointitulados gurus de produtividade ou “coaches do sucesso”. “Trabalhe enquanto eles dormem”, “estude enquanto eles descansam” ou até o infame tweet de Elon Musk dizendo que “ninguém muda o mundo trabalhando 40 horas por semana”.
Essa não é uma hipérbole; é a realidade. O estudo da OMS e OIT, divulgado pela publicação científica Environment International, detectou que a quantidade de pessoas que morreram por uma carga excessiva de trabalho aumentou 29% entre 2000 e 2016, quando 745 mil pessoas vieram a óbito por isso.
Destes, 398 mil morreram após um AVC (aumento de 19%) e 347 mil de uma doença coronariana (aumento de 42%). Os números levam em conta jornadas de trabalho acima de 55 horas semanais.
Ao todo, quase uma em cada dez pessoas no mundo trabalha nessas condições, consideradas fatores de risco uma vez que são responsáveis por aproximadamente um terço das doenças relacionadas ao trabalho.
Trabalhar mais de 55 horas por semana tem duas consequências no sono: o trabalhador dorme menos horas do que deveria ou dorme de modo irregular ou, pior ainda: dorme menos horas do que o deveria e de modo irregular.
Dormir mal, assim como jornadas laborais exaustivas, também é um fator de risco para doenças cardiovasculares e derrames. Fazer partes destes dois grupos, potencializa ainda mais este risco.
No caso do coração, os efeitos do sono ruim podem aparecer sob diferentes perspectivas. Uma delas, por exemplo, é que quando se dorme poucas horas, se é incapaz de atingir um mínimo suficiente de sono de fases NREM 1, 2 e 3. É durante elas que a pressão sanguínea e a pulsação diminuem, possibilitando um descanso do coração depois do estresse diário.
Os casos de acidente vascular cerebral também estão ligados a isso. A hipertensão arterial é considerada a maior causa de AVC. Considerando que dormir mal aumenta a pressão, consequentemente também aumenta o risco de um AVC.
A carga horária de trabalho excessiva gera estresse, que por sua vez gera sono ruim. Isso é uma bomba relógio para a saúde.
Ao publicar o estudo, a OMS também divulgou três pontos que mostram como todos nós, isso é, governos, empresas e trabalhadores, podemos ajudar a diminuir esse número absurdo de mortes relacionadas a longas jornadas de trabalho.
Muitas empresas já enxergam o sono como um problema caso não seja bem cuidado, tanto para a saúde dos trabalhadores quanto para a saúde da própria empresa. Vivemos uma “pandemia do sono ruim” e isso precisa acabar.
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