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20 de agosto, 2021

Os mais comuns distúrbios do sono no idoso

Os mais comuns distúrbios do sono no idoso

Com o passar dos anos, os padrões de sono de uma pessoa naturalmente vão sendo alterados. Basta você pensar na sua própria vida para encontrar evidências disso. Não é de se estranhar, portanto, que os problemas para dormir também vão mudando ao longo da vida. É sobre isso que vamos falar hoje: distúrbios do sono no idoso e em adultos mais velhos.

Mais da metade dos adultos acima de 65 anos de idade sentem modificações na qualidade e quantidade do sono, o que gera impactos negativos na qualidade de vida. No caso daqueles institucionalizados, a taxa chega a 70%. 

Por que aumentam os problemas de sono nos adultos mais velhos?

Isso acontece devido às mudanças naturais da fisiologia ao longo da vida. Os fatores que contribuem para isso podem ser agrupados em quatro categorias: desconforto físico, fatores ambientais, desconfortos emocionais e alterações no padrão do sono.

Essas alterações acontecem especificamente no ritmo circadiano, como a fragmentação da noite, a sua antecipação (sono mais cedo e consequente despertar antes) e diminuição da capacidade de lidar com grandes alterações (jetlag e trabalho noturno e/ou por turnos). 

A arquitetura do sono também passa por mudanças nos mais velhos. Em comparação com os mais jovens, os idosos levam mais tempo para dormir (latência do sono), dormem menos horas, despertam mais facilmente e têm o primeiro ciclo do sono mais curto devido a uma diminuição no estágio 4 (sono REM). 

Esse encurtamento também é notado no estágio 3 não-REM, popularmente conhecido como sono profundo e responsável pelo descanso e restauração muscular, fortalecimento da imunidade, processamento de memórias e promoção da criatividade.

Os distúrbios do sono no idoso

O fato de esses serem os mais comuns distúrbios do sono no idoso, não elimina a chance de ele desenvolver outras patologias da hora de dormir. Aqueles que estão mencionados aqui apenas aparecem mais frequentemente com o passar da idade.

Insônia

“A insônia é uma dificuldade repetida de início, duração, consolidação ou qualidade do sono que ocorre apesar de oportunidades e circunstâncias adequadas para dormir”. É assim que a insônia é definida pela Classificação Internacional de Distúrbios do Sono.

Casos crônicos de insônia, estima-se, podem afetar até 57% das pessoas idosas, mais mulheres do que homens. Essa predominância feminina se deve em parte à queda da produção de estrogênio na menopausa. O hormônio tem relação íntima com metabolismo de neurotransmissores que afetam o ciclo do sono.

Alguns quadros de saúde mental, como a ansiedade e a esquizofrenia, também podem facilitar o aparecimento da insônia entre os mais velhos. O consumo de medicações, que tendem a aumentar nessa fase da vida, também está relacionado.

O tratamento desse distúrbio do sono nos idosos pode envolver terapia cognitiva comportamental, controle de estímulos (higiene do sono), terapia de luz e até restrição ao sono diurno e ao tempo na cama.

Um alerta importante: nos idosos, um quadro grave de insônia aumenta em três vezes a probabilidade de mortalidade em até três anos e meio. É essencial que ela seja tratada.

Apneia do sono

Estudos apontaram que a prevalência da apneia do sono nas pessoas acima de 60 anos de idade pode chegar a até 62% e com um agravante: esse grupo tende a procurar menos os médicos. Isso se deve à dificuldade de reconhecer os problemas já que seus sintomas mais comuns, como a sonolência e as dores de cabeça matutinas, acabam confundidos com outros problemas de saúde. 

Pessoas que sofrem de apneia do sono têm as vias aéreas obstruídas total ou parcialmente durante a noite, reduzindo o fluxo de ar. Em alguns casos, essa redução é total, chegando a interromper por completo a passagem de oxigênio.

No caso dos idosos, a AOS está relacionada à diminuição do tônus muscular na região da garganta, facilitando o colapso que gera a obstrução do ar. Assim como nas outras faixas etárias, a obesidade e o sexo masculino são fatores de riscos importantes também.

Hipersonia 

A hipersonia, ou sonolência excessiva, pode ou não ter relação com as dificuldades de sono noturno apresentadas naturalmente na velhice. 

No caso de não ter relação com outros problemas, ela é chamada de hipersonia primária.

Por outro lado, se relacionada a alguma outra condição de saúde ou mesmo ao consumo de algum medicamento, ela é chamada de hipersonia secundária, muito mais comum do que a primária. 

A apneia é uma das grandes culpadas da sonolência excessiva entre os idosos. Entre as entre as outras causas podem estar traumas no cérebro, doenças cardiopulmonares e o hipotireoidismo. 

Movimento Periódico das Pernas e Síndrome das Pernas Inquietas

O Movimento Periódico das Pernas, que em um estudo apareceu em 45% dos participantes, é um distúrbio motor do sono marcado por movimentos fora do normal que podem ir de contração muscular nos tornozelos e dedos dos pés até movimentos bruscos que alcançam até os braços.

Já a Síndrome das Pernas Inquietas afeta as pessoas com sensações de formigamentos, câimbras e até dores nas extremidades inferiores, criando uma sensação urgente de mover as pernas em busca de alívio. 

Um mesmo paciente pode ter os dois distúrbios, mas eles não estão necessariamente associados. 

Confusão Noturna

A principal característica da confusão noturna é a aparição de comportamentos “pouco habituais e exacerbados” que, em geral, surgem nas últimas horas da tarde e anoitecer. Eles são acompanhados de desorientação, falta de atenção, inquietude, agitação e ansiedade, entre outros.

Conhecida também como sundowning, a confusão noturna afeta as pessoas com demência e tem impacto em todo o seu círculo. 

De acordo com a Associação Alzheimer Portugal, não existe um consenso médico sobre o que causa esse problema. Acredita-se que haja relação com a fadiga e a diminuição dos estímulos que naturalmente acontece à noite. 

Outra hipótese é que, com a progressão da demência, o idoso passa a ter uma menor compreensão do que se passa ao seu redor. Ele se torna mais inquieto como tentativa de restaurar sensações de familiaridade e/ou segurança.

Esses distúrbios do sono nos idosos têm tratamentos, se não for para a cura, pelo menos para amenizar os sintomas e aumentar a qualidade de vida. O conselho é importante em todas as fases da vida, mas ainda mais para os idosos: discuta o sono com o seu médico de confiança.

Este é um assunto que muitas vezes “passa batido” na anamnese e não pode e nem deve ser assim. Sono é qualidade de vida.

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