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10 de setembro, 2021

Saiba mais sobre a Síndrome da Cabeça Explosiva

Saiba mais sobre a Síndrome da Cabeça Explosiva

Dormir é um momento de paz e tranquilidade, no qual fechamos os olhos e esquecemos um pouco dos problemas, dando ao corpo e à mente uma oportunidade de se recomporem para o dia seguinte. Agora imagine se o sono fosse interrompido por uma grande explosão. É o que acontece com as pessoas que sofrem de Síndrome da Cabeça Explosiva.

Apesar de ser um distúrbio do sono relativamente inofensivo, a EHS (sigla em inglês para Exploding Head Syndrome) tem grande impacto na qualidade do sono de uma pessoa e isso sim pode trazer dores de cabeça.

O que é a Síndrome da Cabeça Explosiva

A Síndrome da Cabeça Explosiva é um distúrbio do sono do tipo parassonia sensorial, ou seja, uma experiência pouco comum que acontece enquanto uma pessoa dorme. Ela é caracterizada pela sensação de ouvir um barulho muito alto, similar a uma explosão, durante o ciclo vigília-sono.

Existem relatos também de pessoas que enxergam junto flashes de luz, que dizem que o barulho se assemelha a um tiro ou a um trovão, que passam por uma contração muscular ou até mesmo que sentem uma espécie de descarga elétrica. Em todo caso, leva o nome de Síndrome da Cabeça Explosiva.

Apesar de durar, na maioria das vezes, menos de um segundo, o episódio gera muito estresse nas pessoas. Esse estresse é ainda mais intenso dado o momento em que o ruído acontece, que é quando estamos ainda transitando entre os estados dormindo e acordado, seja no começo ou no fim da noite. É algo tão intenso que faz a pessoa ficar alerta e ter dificuldades para voltar a dormir. 

A EHS não tem nenhuma dor associada, mas pode ser assustadora e gatilho para uma crise de ansiedade. 

Apesar de ter sido documentada pela primeira vez 150 anos atrás, a Síndrome da Cabeça Explosiva ainda é bastante desconhecida, inclusive por médicos, o que faz com que a sua natureza benigna não seja divulgada, aumentando ainda mais o susto de quem passa por ela, que acaba desconfiando de algo muito mais grave, como um derrame. 

Não existe também para a EHS uma periodicidade padrão. Alguns pacientes relatam que já tiveram mais de um episódio por noite. Outros podem passar vários dias seguidos com um episódio e depois atravessar meses sem nenhum. 

O que causa a EHS

Ao contrário de distúrbios do sono descobertos muito tempo depois, a etiologia (ou origem da causa) da Síndrome da Cabeça Explosiva ainda não foi determinada de maneira contundente pelos estudiosos. 

Há sete hipóteses consideradas as mais prováveis, isoladamente ou associadas:

– Um atraso na redução da atividade da formação reticular durante o ciclo de vigília-sono, resultando em um aumento da atividade nos neurônios aferentes (ou sensoriais).

Convulsões temporárias no lobo temporal. 

Patologias na região do ouvido, como a ruptura da janela do vestíbulo ou um movimento abrupto e involuntário do tímpano.

– Alterações na percepção de estímulos visuais ou auditivos.

Enxaqueca precedida de aura (pontos luminosos ou embaçamento dos limites do campo de visão).

Efeito colateral da retirada repentina de inibidores seletivos da recaptação da serotonina.

– Uma mutação genética que leva a uma disfunção transitória dos canais de cálcio.

Na questão de gênero, mulheres têm uma tendência levemente maior de apresentar quadros de Síndrome da Cabeça Explosiva, casando com a sua maior propensão também a casos de insônia. Não há, porém, um recorte de idade para a EHS, que tem casos reportados de crianças a idosos. 

O diagnóstico de paralisia do sono também é considerado um fator de risco para EHS. 

Como é feito o diagnóstico da Exploding Head Syndrome

O diagnóstico da Síndrome da Cabeça Explosiva é completamente clínico e deve obedecer a todos os critérios abaixo da Classificação Internacional de Distúrbios do Sono: 

  • Queixa de barulhos fortes dentro da cabeça que se assemelham a uma explosão nos períodos de transição entre o sono e o despertar.
  • Sensação de agitação intensa e potencial medo seguido de um episódio.
  • Ausência de dor física durante ou logo após um episódio.

A resposta positiva a todas essas perguntas permitiu que um pesquisador britânico diagnosticasse tardiamente o pai da filosofia moderna, René Descartes, com a Síndrome da da Cabeça Explosiva baseado nos relatos de seus famosos três sonhos. Descartes faleceu em 1650, 226 anos depois da primeira documentação do distúrbio pelo neurologista americano Silas Weir Mitchell, em 1876.

Exames para diagnóstico

Por não ser marcada por alterações padrão na arquitetura do sono, a Síndrome da Cabeça Explosiva não é detectada em uma polissonografia. O exame pode, porém, ser pedido para diagnosticar e/ou entender a associação da EHS com outros distúrbios do sono. 

O distúrbio também não causa alterações no cérebro detectáveis em uma ressonância magnética. 

Assim como acontece com outras parassonias de caráter peculiar, como a sexônia, uma das dificuldades do diagnóstico da Síndrome é a “vergonha” em reportar um episódio com o seu médico. Além disso, por não ser um distúrbio conhecido, muitas pessoas acabam nem sequer levando a queixa adiante, por acharem que “não é nada demais”.

Ao conversar com um paciente sobre distúrbios do sono, é importante que o profissional de saúde questione sobre os sintomas da EHS para não atrasar um diagnóstico que poderia ser resolvido com três perguntas.

O tratamento da Síndrome da Cabeça Explosiva

Ressaltar o caráter benigno da Síndrome da Cabeça Explosiva é a primeira etapa do tratamento. A educação do paciente sobre a ausência de perigos associados ao distúrbio já ajuda que ele relaxe e tem potencial para diminuir a ocorrência de episódios. 

O tratamento de outros distúrbios do sono associados, a manutenção de bons hábitos na hora de dormir e a identificação e cuidado com os gatilhos da EHS também podem controlar a frequência de episódios.

Agora, se nenhuma dessas medidas não farmacológicas resolverem, pode-se partir para um tratamento com medicações como a clomipramina, que em um estudo sueco foi capaz de melhorar os sintomas em todos os pacientes.

Lembre-se de que apenas um médico pode receitar medicamentos. Não consuma nenhum fármaco sem a sua expressa orientação.

Boa noite.

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