
No Brasil, mais de 70 milhões de pessoas sofrem com a insônia, de acordo com a Associação Brasileira do Sono. O número representa quase um terço da população do país. Este distúrbio do sono é popularmente conhecido por atrapalhar o descanso noturno, mas as consequências da insônia também podem afetar outras áreas da sua vida. E ninguém está imune a elas.
No dia 11 de fevereiro de 2013, o mundo foi pego de surpresa com a renúncia de Bento 16 ao posto de papa. A atitude foi vista como inusitada porque antes dele a última vez que um líder da Igreja Católica havia deixado o papado tinha sido há mais de 600 anos. Na época, Bento 16 alegou não ter mais forças para exercer a função. Quase 10 anos depois, seu biógrafo revelou que o motivo da desistência foi, na verdade, a insônia.
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Consequências da insônia para a saúde
A Classificação Internacional de Distúrbios do Sono caracteriza a insônia como “uma dificuldade repetida de início, duração, consolidação ou qualidade do sono que ocorre apesar de oportunidades e circunstâncias adequadas para dormir, o que resulta em alguma forma de dificuldade diurna”.
Ou seja, uma das principais consequências da insônia acaba sendo prejudicar de alguma forma o dia de quem sofre com este distúrbio. O aumento da ocorrência de acidentes é um dos maiores riscos que a dificuldade em pegar no sono ou a perda dele podem causar. Os insones têm de 2,5 a 4,5 vezes mais chances de sofrer um acidente.
Em relação à saúde mental, a insônia surpreende sendo a doença mais frequentemente associada a distúrbios psiquiátricos quando comparada a qualquer outra. A depressão e a ansiedade, por exemplo, são dois distúrbios mais comuns em insones.
Consequências da insônia para a vida social
Altas taxas de faltas no trabalho, diminuição de concentração e dificuldade em desempenhar as funções: a insônia afeta a vida profissional. Uma pesquisa feita por cientistas norte-americanos com voluntários que trabalhavam há pelo menos seis meses na mesma empresa mostrou que 30% relataram problemas de sono e apresentaram:
- Pior rendimento e bem-estar (na saúde geral, no funcionamento cognitivo e na energia),
- Mais problemas relacionados ao trabalho (diminuição do desempenho no trabalho e menor satisfação, aumento do absenteísmo);
- E maior probabilidade de desenvolver doenças físicas e mentais do que os entrevistados que não tinham problemas de sono.
Eles também demonstraram ter uma tendência para mais gastos médicos.
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Diagnosticando e tratando a insônia
Se você sente constantes dificuldades para dormir, acorda muito durante a madrugada e tem dificuldades para voltar a pegar no sono ou desperta mais cedo do que sente que deveria, então precisa procurar um médico. É possível que seja insônia.
É importante diagnosticar este distúrbio do sono por diversos motivos. Além de impedir um sono restaurador, podendo assim prejudicar a saúde, a insônia nem sempre é um problema isolado. Ela pode ser um sintoma de outra doença. Neste segundo caso será necessário focar tanto em tratar a insônia quanto a sua origem.
Dica: anote tudo que está sentindo e leve para o seu médico. É importante que ele saiba há quanto tempo você está com problemas para dormir. Só o médico vai poder indicar o melhor tratamento para a insônia. Ele pode pedir que você faça sessões de terapia cognitivo comportamental ou vai receitar remédios.
Uma rotina de higiene do sono também é uma ótima aliada no combate à insônia. Evite telas antes de dormir, tenha hora para deitar e levantar, não coma muito perto da hora de dormir e tenha um estilo de vida saudável. Tudo isso vai ajudar você a ter melhores noites de sono.
Boa noite!